Não a esquecemos, muito em especial hoje. Faria anos!
Com tantos netos e bisnetos e sobrinhos em vários graus, poderíamos fazer uma enorme festa - na casa que já não existe, mas existiria sempre em vida dela.
Curiosa a paixão que a Avó Maria e, pelo menos, alguns dos filhos tinham pela Villa Maria - A Tia Lina, a Mãe, o Tio António, acima de todos. Mas os outros também eram apegados àquele lugar matricial. E, igualmente, muitos netos. Por exemplo, eu própria...
Recordo a Tia Lina, vejo-a na casa, lá em cima. Bem disposta, como estava quando recebia visitas. Hospitaleira, alegre e sorridente.
Prefiro essa à velhinha vestida de preto, isolada e triste no enorme casarão, já decadente.
Mas se tanto gostamos da Vila Maria é, certamente, porque nela fomos felizes! Durante anos e anos, lá dentro, era o reino das nossas festas, convívios, brincadeiras, da nossa amizade, da família! Da nossa ligação ao passado, das esperanças e fantasias de futuro.
A Tia Lina terá sido, de todos nós, a mais sonhadora, a mais possesiva daquela "ilha", de onde interpunhamos a distância que queríamos em relação a tudo o resto, terra ou pessoas...
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
sábado, 13 de fevereiro de 2010
W150 - ISABELINHA nos seus esplendorosos 40 e...
Um ano mais, mas ninguém diria. De aspecto, cada vez mais jovem. Sempre dinâmica, elegante e comunicativa - a viva imagem da energia e da boa disposição.
Festejamos em Espinho, com champanhe, mas sem o tradicional bolo de velinhas - coisa que a festejada abomina. Fez-se-lhe a vontade, apenas com uma vela sem número certo em cima de uma arrufada - um toque de comédia. Só para cantar os parabéns, .
Foi muito bom teres vindo, Isabelinha! A casa está precisando destes convívios, desesperadamente.
Muitos parabéns, muitos beijinhos
Manela
Festejamos em Espinho, com champanhe, mas sem o tradicional bolo de velinhas - coisa que a festejada abomina. Fez-se-lhe a vontade, apenas com uma vela sem número certo em cima de uma arrufada - um toque de comédia. Só para cantar os parabéns, .
Foi muito bom teres vindo, Isabelinha! A casa está precisando destes convívios, desesperadamente.
Muitos parabéns, muitos beijinhos
Manela
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
W149 - EXPO DOCAS EM OEIRAS
Um enorme sucesso. Muito público, público de qualidade. Artistas, fotógrafos, amigos, curiosos. Discurso oficial do Presidente da Junta de Freguesia de Oeiras e da Directora da Biblioteca. O espaço muito bonito, num belo edifício antigo, no centro da cidade.
Os quadros bem distribuidos pelas paredes brancas. Não coube a colecção inteira. Foi pena, mas poderia a artista ter aproveitado melhor o pé direito, colocando um quadro sobre outro - o que só fez num caso isolado - e bem!
Um serviço de cocktail sóbrio e simpático - na perfeição.
Elogios sobre elogios! Muito merecidos. Francamente, gostei!
O meu quadro, que as organizadoras escolheram para cartaz, fez jus à escolha. e foi o mais gabado, pela maioria.
A Docas e eu preferimos o do Fernando, aquele em que as cadeiras projectam elegantes sombras, em arco, sobre o fundo.
Questão de somenos: esses e outros fazem a prova do talento da Docas!
Um abraço de parabéns da
Manela
Os quadros bem distribuidos pelas paredes brancas. Não coube a colecção inteira. Foi pena, mas poderia a artista ter aproveitado melhor o pé direito, colocando um quadro sobre outro - o que só fez num caso isolado - e bem!
Um serviço de cocktail sóbrio e simpático - na perfeição.
Elogios sobre elogios! Muito merecidos. Francamente, gostei!
O meu quadro, que as organizadoras escolheram para cartaz, fez jus à escolha. e foi o mais gabado, pela maioria.
A Docas e eu preferimos o do Fernando, aquele em que as cadeiras projectam elegantes sombras, em arco, sobre o fundo.
Questão de somenos: esses e outros fazem a prova do talento da Docas!
Um abraço de parabéns da
Manela
W148 - OLÍVIA DIAS PECEGUEIRO Uma amiga partiu...
As pessoas doentes não duram para sempre. Nós habituamo-nos ao perigo, como elas se habituam, e começam a acreditar nas suas hipóteses de ir vencendo a adversidade, uma vez atrás da outra. Assim foi com a Olívia, nossa amiga há mais de meio século.
Um pace maker salvou-lhe a vida no último minuto, pela 1ª vez, em meados de 70. Foi operada no hospital Sto António, escapou por pouco. Depois disso, perdemos a conta às substituições de pace maker - os primitivos pouco duravam ou eram já en segunda mão - um negócio esquesito...
Esteve a morrer no princípio deste século, com uma pneumonia e pleuresia, que obrigou a uma melindrosa cirurgia no Hospital de S. João. O Hospital da Feira - muito acima do caos de Gaia, de que ela falava - e o de S João fizeram tº perfeito. Devolveram-na a casa, bem de saúde - milagre. (os milagres têm uma história comprida que contaremos...)
Passaram uns anos, chegamos à semana em curso. A Olívia é chamada a fazer um exame de rotina, numa altura em que passava mal, com noites de insónia provocados por dificuldades respiratórias. No momento em que eu, depois de alimentar os gatos, me preparava pra sair para o combóio, encontrei-me com a Olívia à porta de casa. Muito bem vestida, com um belo casaco peludo que foi da Mª Antónia, e um gorro de lã canadiano, que me pertenceu, chegou, muito pálida, e falando com dificuldade. Explicou que no serviço especializado lhe disseram que o exame correu bem - nenhuma anomalia. Coração com pace maker em perfeito estado!
Mas como foi possível não verem o estado fragilizado em que estava? A dificuldade de respirar e de falar, como eu vi logo depois?
Insólito!
À noite telefonei a saber como estava a Olívia:
Bem, foi a resposta da Mãe.
Jantaram as duas, foram deitar-se. No dia seguinte, a Mãe, não a vendo, entrou no quarto e acho-a sem dar acordo de si. Desorientada telefonou ao João Miguel. Foi ele que chamou o INEM. Tinha ainda sinais de vida, mas não conseguiram salva-la.
O choque e a surpresa com que soube, só a meio da tarde, ligam-se ao facto extraordinário de ela ter sido declarada bem por um serviço de cardiologia, apenas 24 horas antes. Quando já apresentava sintomas de falhas respiratórias. Como é possível, terem negligenciado os sinais?
Na verdade é.
Nos hospitais o 1º e o 4º mundo coexistem.
Coitada da Olívia! Que revolta sentimos. E tristeza e saudade.
Ou nostalgia. Passa o "filme" dos últimos dias, das últimas conversas e tudo ganha uma força nova. Os pequenos factos do quotidiano: aquela aletria, tão boa, de domingo. As "larocas" óptimas, no dia da partida da Docas. O fim de tarde, sentada na cozinha rodeada dos gatos, já quase pela derradeira vez. A pergunta inevitável, ao deitar-se, por volta das 21: "É preciso alguma coisa"? A reposta invariavelmente negativa, porque era eu que deitava os gatos. Assim foi na 2ª feira, depois de fazer as malas...
E, no meu caso, ainda por cima, aquela dúvida: se tivesse, ontem à tarde, ficado por casa e me apercebesse da sua situação teria chamado o INEM ou os bombeiros e tê-la-ia levado a uma urgência? E receber oxigénio, seria a solução, como foi da outra vez?
Não sei...
Um pace maker salvou-lhe a vida no último minuto, pela 1ª vez, em meados de 70. Foi operada no hospital Sto António, escapou por pouco. Depois disso, perdemos a conta às substituições de pace maker - os primitivos pouco duravam ou eram já en segunda mão - um negócio esquesito...
Esteve a morrer no princípio deste século, com uma pneumonia e pleuresia, que obrigou a uma melindrosa cirurgia no Hospital de S. João. O Hospital da Feira - muito acima do caos de Gaia, de que ela falava - e o de S João fizeram tº perfeito. Devolveram-na a casa, bem de saúde - milagre. (os milagres têm uma história comprida que contaremos...)
Passaram uns anos, chegamos à semana em curso. A Olívia é chamada a fazer um exame de rotina, numa altura em que passava mal, com noites de insónia provocados por dificuldades respiratórias. No momento em que eu, depois de alimentar os gatos, me preparava pra sair para o combóio, encontrei-me com a Olívia à porta de casa. Muito bem vestida, com um belo casaco peludo que foi da Mª Antónia, e um gorro de lã canadiano, que me pertenceu, chegou, muito pálida, e falando com dificuldade. Explicou que no serviço especializado lhe disseram que o exame correu bem - nenhuma anomalia. Coração com pace maker em perfeito estado!
Mas como foi possível não verem o estado fragilizado em que estava? A dificuldade de respirar e de falar, como eu vi logo depois?
Insólito!
À noite telefonei a saber como estava a Olívia:
Bem, foi a resposta da Mãe.
Jantaram as duas, foram deitar-se. No dia seguinte, a Mãe, não a vendo, entrou no quarto e acho-a sem dar acordo de si. Desorientada telefonou ao João Miguel. Foi ele que chamou o INEM. Tinha ainda sinais de vida, mas não conseguiram salva-la.
O choque e a surpresa com que soube, só a meio da tarde, ligam-se ao facto extraordinário de ela ter sido declarada bem por um serviço de cardiologia, apenas 24 horas antes. Quando já apresentava sintomas de falhas respiratórias. Como é possível, terem negligenciado os sinais?
Na verdade é.
Nos hospitais o 1º e o 4º mundo coexistem.
Coitada da Olívia! Que revolta sentimos. E tristeza e saudade.
Ou nostalgia. Passa o "filme" dos últimos dias, das últimas conversas e tudo ganha uma força nova. Os pequenos factos do quotidiano: aquela aletria, tão boa, de domingo. As "larocas" óptimas, no dia da partida da Docas. O fim de tarde, sentada na cozinha rodeada dos gatos, já quase pela derradeira vez. A pergunta inevitável, ao deitar-se, por volta das 21: "É preciso alguma coisa"? A reposta invariavelmente negativa, porque era eu que deitava os gatos. Assim foi na 2ª feira, depois de fazer as malas...
E, no meu caso, ainda por cima, aquela dúvida: se tivesse, ontem à tarde, ficado por casa e me apercebesse da sua situação teria chamado o INEM ou os bombeiros e tê-la-ia levado a uma urgência? E receber oxigénio, seria a solução, como foi da outra vez?
Não sei...
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
W147 - LAURA NO PLAT PAYS DE BREL
Aqui vão mais umas fotos da primeira vez que fomos a uma estância de ski aqui perto. A Laura nessa primeira vez, só andou de trenó. Foi muito divertido e ela adorou!
Também umas fotos das suas duas amigas Sarah (a menina loira) e Justine (a morena), que são as filhas do Stéphaninho, como a Laura lhe chama.
ANOS DA XANA
A esta hora, uma mais do que em Espinho, três gerações de Aguiares da Fonseca, festejam os anos da Xana na CH de ST. Hubert, 35 - Morhet.
Demos os parabéns à Xana pelo telefone, soubemos que neva, nava, sem cessar. Na Pátria litoral é apenas um dia muito frio.
Foi há tantos anos quantos ela tem que se passou a história já contada no blogue e nunca esquecida da longa espera que o Nestó e eu suportámos, para ver, através dos vitrais gigantes da vertente sul da Vila Maria, a chegada da cegonha... Não vimos, é claro. E eu, ao entrar intempestivamente no quarto da Avó quase vi o nascimento, sem intervenção de cegonha alguma.
Depois voltei a entrar e deparei com a recém nascida dependurada de cabeça para baixo e a receber umas palmadas do Tio Manuel, o "médico Parteiro". Não percebendo que era boa a sua intenção, destinada a restabelecer a circulação sanguínia do bébé, corri em socorro do mais fraco, e bati no Tio!
DEZEMBRO 2010
ANOS DA XANA
A esta hora, uma mais do que em Espinho, três gerações de Aguiares da Fonseca, festejam os anos da Xana na CH de ST. Hubert, 35 - Morhet.
Demos os parabéns à Xana pelo telefone, soubemos que neva, nava, sem cessar. Na Pátria litoral é apenas um dia muito frio.
Foi há tantos anos quantos ela tem que se passou a história já contada no blogue e nunca esquecida da longa espera que o Nestó e eu suportámos, para ver, através dos vitrais gigantes da vertente sul da Vila Maria, a chegada da cegonha... Não vimos, é claro. E eu, ao entrar intempestivamente no quarto da Avó quase vi o nascimento, sem intervenção de cegonha alguma.
Depois voltei a entrar e deparei com a recém nascida dependurada de cabeça para baixo e a receber umas palmadas do Tio Manuel, o "médico Parteiro". Não percebendo que era boa a sua intenção, destinada a restabelecer a circulação sanguínia do bébé, corri em socorro do mais fraco, e bati no Tio!
DEZEMBRO 2010
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
As Aguiares que emigram no século XXI
Mãe, filha e neta. Xana e descendência.
Um começo muito atribulado. Estiveram no aeroporto desde a manhã de 6ª feira à madrugada de sábado.
Avião atrasado, depois avariado. Entram no aparelho, saem, recolhem as malas...
Vão-lhes prometendo a chegada de outro aparelho, que não chega. Oferecem umas refeições intragáveis. Só as alojam no Ibis à 1.30 de sábado. Recusam-se a seguir no voo da companhia belga em que estavam escaladas e exigem a TAP (depois do comportamento, ao longo do dia anterior, da companhia belga). É na TAP que acabam por partir na tarde de 19.
Um começo muito atribulado. Estiveram no aeroporto desde a manhã de 6ª feira à madrugada de sábado.
Avião atrasado, depois avariado. Entram no aparelho, saem, recolhem as malas...
Vão-lhes prometendo a chegada de outro aparelho, que não chega. Oferecem umas refeições intragáveis. Só as alojam no Ibis à 1.30 de sábado. Recusam-se a seguir no voo da companhia belga em que estavam escaladas e exigem a TAP (depois do comportamento, ao longo do dia anterior, da companhia belga). É na TAP que acabam por partir na tarde de 19.
Não há fotos a documentar esta odisseia. A iconografia abrange os dias anteriores, quando a partida já estava próxima. Em Lisboa.
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11 comentários:
A língua não é obstáculo, e até vai aprendendo umas palavras em francês. Sugeriu à mãe e avó que falem francès em casa!
Gosta imenso da neve - e há muita no jardim. Adora a casa e as escadas para o seu quarto, no 1º andar. Ao contrário de nós, da mesma idade, nunca tinha vivido numa verdadeira casa, só em apartamentos...
E disse: Quero pedir mais uma coisa ao Pai Natal, um puzzle da Dora, mas agora tenho de ir ter com ele ao polo norte, que é muito, muito longe. Fica quase perto da lua!
Para a Laura a lua é a coisa mais distante que há!
No 150º aniversário do seu nascimento,a família Noronha reuniu-se num almoço na FIL, para o homenagear.
A Laura foi com a Ana, Mas, mal entrou na sala e viu tantos Noronhas desconhecidos, desatou num berreiro que durou uma meia hora. Uma vergonha! O Avô Carlos ficou tritíssimo. Esperava apresentar à família uma neta maravilhosa e civilizada.
A sala estava cheia de mulheres e homens desconhecidos, e que nem sequer eram da família, com excepção da Manela.
Por qualquer razão insondável, gostou imenso. O anfiteatro tinha pouca luz, as pessoas discursava, no fim havia palmas e ela acompanhava. deve ter achado que era um espectáculo.
Quando acabou, para meu espanto, vi-a no meio da multidão, aos pulos, muito contente.
Sem vergonha nenhuma, sem receio, completamente integrada no ambiente académico. Se calhar foi porque ninguém tentou dar-lhe beijinhos ou agarrá-la!
Durante a sessão, até queria ir ter com a Manela, que estava na mesa da presidência. E perguntava:
"Mamã, depois da Manela falamos nós?"
Encontrei a Laura, com mãe e avó e tia Docas, logo à entrada do auditório. Vinha eu a subir as escadas com o João Morais, depois do nosso almoço, com dirigentes da APE (associação dos portugueses do estrangeiro). Realmente, todos lhe acharam graça, mas ninguém se aproximou demais, nem Virgínia Estorninho, nem Rita Gomes, nem todo o mulherio presente. Ninguém! Uma sorte!
Para ela tudo devia parecer novo e diferente, e natural, precisamente porque a encaravam com muita naturalidade. E como se fosse adulta. Respondeu, portando-se como gente grande.
Esteve lá, no último patamar do auditório, que tinha uma saída próxima, sem necessidade de atravessar a sala, à vista do público. Com uma ou outra escapadela, para arejar um pouco, "aguentou firme" durante quase 3 horas!
Disse à Ana: "A Manela falou muito bem" e encantou-se com o poema recitado e cantado pela Drª Elsa de Noronha! A espantosa Elsa Noronha.
Sei lá se não serão ainda aparentadas! O famoso Avô Noronha, andou anos por Moçambique, de onde a Elsa é natural.
Só tive tempo de ir de corrida à casa de banho, como sempre faço, antes de uma longa viagem de carro. A Laura foi comigo. Lá dentro, já a lavar as mãos, estava a Profª Doutora Joana Miranda - a mais brilhante aluna que tive no mestrado da Univ Aberta e uma simpática jovem.
Perguntei à Laura se queria esperar por mim, na companhia da Joana, e ela aceitou a sugestão. Quando as reencontrei, a Joana estava a dar-lhe uma lição de francês. "Bon jour" - "Bom dia".
E a Laura continuava radiante e sociável! Até contou até 20 em francês, para mostrar à Joana que já sabia umas coisas.
Um dia em que tudo se passou pelo melhor.
Mas para estar com as primas, antes da partida para a Bélgica, voltei a Lisboa dois dias depois. Estava, pois, na Av. do Uruguai na noite do tremor de terra (inofensivo, ainda que um bocadinho assustador).
Foi com a mãe, que é já uma patinadora experimentada, embora tenha, uma vez, partido uma perna num rinque, em França...
Quando chegou a casa contou as aventuras, ao telefone, à Biavó Lola, mas acrescentou:
"Sabes, os patins não eram meus, foram alugados"