quarta-feira, 28 de agosto de 2024

OS 104 ANOS DE MINHA MÃE

Nascida a 28 de agosto de 1920, viveu quase 99 anos, quase um século. A sua partida foi cedo demais. Todos acreditávamos que passaria a meta dos 100, de espírito jovem, rosto quase sem rugas, vestidos sempre chiques e vistosos. Um choque a sua subita partida. Deixou saudades e a sua lenda entre as novas gerações. Hoje mesmo recomecei a sua autobiografia, há três anos iniciada , depois, interrompida (por um turbilhão de pequenos compromissos relativamente insignificantes. Tenho de interiorizar que "de minima non curat pretor"... O pior é que eu gosto tanto de recomeçar, de reescrever que passo o tempo nisso e nunca mais chego ao fim... Vamos a ver se tenho emenda! Aqui deixo os dois primeiros parágrafos (reescritos...) de muitas dezenas de páginas, que estou a reler, com imensa vontade de alterar tudo... E, como estou envolvida num projeto de "fotobiografias" de mulheres, que tive a ideia de propôr à AMM (Mulher Migrante), é grande a tentação de incluir minha mãe nessa coleção (entitulada "Mulheres entre mundos"). ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ASSIM ERA ELA – NA VIDA E NAS IMAGENS (Actualizar a partir de “Éramos felizes/12 maio) A Menina Brasileira de Gondomar Maria Antónia, que todos chamavam Mariazinha, nasceu em São Cosme de Gondomar, vinda do Brasil com sua mãe, mãe já pela sexta vez, acostumada a atravessar o oceano Atlântico na fase final da uma gravidez. Dos seus oito filhos, só três foram dados à luz no Rio de Janeiro. As viagens eram um prazer para o casal, que adorava os cruzeiros oceânicos em modernos “vapores” e trazia consigo os filhos e uma “babá” para cuidar de meninos, cada vez mais numerosos e todos muito irrequietos… Nesse ano de 1920, traziam consigo as memórias de dez anos de felicidade na cidade mais maravilhosa do mundo e a certeza de que a travessia fechava um ciclo das suas vidas, com o regresso definitivo a Portugal. Aquela era a criança que influenciava o momento de passagem de um mundo exótico e cosmopolita à terra natal, tranquila e bucólica, antecipando em alguns meses a opção de um regresso há muito definida. A menina receberia o nome dos pais – Maria, António. Toda a vida gostou de usar os dois nomes juntos. E toda a vida teve um orgulho imenso de ser brasileira, (assim se sentia, logo, era…) e gondomarense. Achava Gondomar a mais bela terra do universo (para ela era, ponto final...). ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Fotos não faltam, da infância aos anos do quase centenário! Os Pais - A Menina - A Senhora (quase) centenária - As Manas

terça-feira, 6 de agosto de 2024

NOS 136 ANOS DA AVÓ MARIA

Na origem deste blogue esteve a mesma efeméride há 16 anos - uma data especial, os 120 anos da Avó Maria Aguiar. Hoje, em sua homenagem, vou reiniciar a biografia ddos meus antepassados maternos, a terminar em minha Mãe. Querida Avó, com que vivi os primeiros anos de uma infância maravilhosa. Na Villa Maria, a sua casa, nasci e fui feliz.