A mesa da
reunião, tenha o formato que tiver, é sempre redonda.
As ideias
correm soltas, ágeis, desabridas, até, mas sobretudo aladas, porque livres nos
voos precisos e solidários, sábios e clarividentes.
Nós,
fascinados, sentimo-nos pequeninos e, exaustos, arriscamos:
_ Sra. Dra,
dê-nos um pouco de tempo para…
_
Tempo? É por isso que este País não anda
para a frente
Logo depois o olhar diz, imperioso:
_ Vá lá
cresçam! Quero-vos a meu lado. Ombro a ombro.
Pára por uns
segundos …sorri e conta uma das suas histórias com um sentido de humor
surpreendente, que confirma a sua inteligência superior e nos faz rir, rir…
E então à
mesa, cada vez mais redonda, as ideias jorram, atropelam-se, depois discutem-se,
nascem mil projectos e multiplicam-se as demandas que não param nunca.
A senhora, a
grande senhora, como já se ouve nos corredores da cidade, calcorreou os quatro
cantos do mundo e sabe, como poucos, aceitar as diferenças e que este é um dos
mais nobre desígnios da acção cultural, um dos caminhos obrigatórios para a
verdadeira igualdade e desenvolvimento.
A senhora
não pára. Não pára nunca. E como pode parar se, para tantas e tantos, o mundo,
às vezes, parece que gira ao contrário?
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