segunda-feira, 29 de julho de 2019

A FAMÍLIA AGUIAR DE SÃO PAULO



Cara Prima,

Obrigado pelo envio dos escritos, os quais ainda estou lendo. Agradeço pela confiança depositada, está seguro. 

Fico contente e orgulhoso da prima que acabo de encontrar e que tem papel tão significativo na política! Parabéns, agradeço como Brasileiro e como Português pela luta no reconhecimento dos direitos dos dois povos com histórias tão em comum.

Sanei a questão, a casa de Avintes era da Tia Arminda irmã da Sra Leonor de Sá (minha bisavó), segundo meu pai os Figueiredo não tinham nada, só levaram coisas embora (se referindo especificamente ao pai de quem tem muita magoa ainda hoje). 



As artimanhas de meu avó fizeram com que minha avó deixasse tudo em Portugal para vir ao Brasil cuidar dos filhos, deixou tudo em nome de alguém ou das irmãs. E realmente não sabemos se os imóveis foram a leilão ou uma pessoa que eventualmente estivesse com procuração de minha avó colocou a venda. 

É fato que, minha avó hipotecou a casa para enviar dinheiro ao meu avô que estava com uma Farmácia no Peru. Meu pai teve que vir as pressas para o Peru para ajudar na administração da farmácia e garantir o envio de dinheiro a minha avó (já que meu avô havia parado de enviar). 

Estavam legalmente separados após meu avô enviar um recorte de jornal possivelmente falso informando que os estrangeiros no Peru que estivessem sem os cônjuges deveriam ou traze-los ou se separarem e como minha avó na época ainda administrava a loja na rua das Flores aceitou o pedido.

Antes da viagem de meu pai, minha avó não abriu mão que ele se casasse com Dona Esmeralda pois já namoravam a muito tempo e não queria que ficasse mal falada, e assim foi realizado o casamento no Monte da Virgem em V. N. de Gaia. 
Chegando ao Peru meu pai descobre que já tem um irmão (um que encontrei registros este ano)... após dado tempo meu avô se casa novamente com uma espanhola e nasce minha tia Mercedes. No Peru também nasceu minha irmã por parte de pai, Lucinda.

Para findar as difíceis situações (porem hoje um tanto interessantes para quem as ouve) meu avô presenteia meu pai com uma das farmácias que possuía em Lima (Barranco). Meu avô em determinado dia pede para meu pai deixa-lo de carro no centro da cidade sendo que deveria retornar de auto carro pela noite, como disse. Na manhã do dia seguinte meu pai acorda com Dona Graciela (na data esposa de meu avô) desesperada pois o marido não havia retornado para casa. 
Na procura pelo Sr Homero são informados através das buscas que o mesmo havia tomado um voo para os Estados Unidos. 
Meu pai, pouco depois ainda descobre que a farmácia que havia ganhado do pai estava com os medicamentos das duas farmácias sendo que a outra já havia sido vendida para um grupo de Chineses. 
Meu pai não era químico ou farmacêutico e provavelmente não teria como nem administrar a farmácia que ganhou e nem explicar porque estava com todo o medicamento da farmácia dos Chineses. Ele consegue vender sua farmácia e vir para o Brasil com a esposa e a filha. Começa do zero, com uma tabacaria dentro de um bar em São Paulo, vendedor, até depois de muitos anos se firmar novamente como representante comercial. 

Imagine, com esse antagonismo de valores, sem a influência positiva de minha avó quão pior poderia ter sido a vida de meu pai.
Me faz bem reconstruir as ligações com a família Aguiar e trazer de volta as histórias mesmo que distantes, os vínculos são de alguma forma refeitos. E tenho o prazer em trazer mais histórias para acrescentar a família, fugindo da aura assombrada da lembrança de meu avô. 

Desculpe, se me estendi na história ou se entrei em detalhes desnecessários. Vamos voltar aos Aguiar (rs)



O Postal anexo estava nas coisas de minha avó, é escrito pelo Sr Augusto d'Aguiar e deveria ser enviado ao sobrinho Armando o qual estava também no Rio de Janeiro. Não entendi porque permaneceu com minha avó mesmo tendo sido selado e carimbado. Não encontrei registros de quem era o pai de Armando Pereira Aguiar.

Dúvida que tenho: a casa da Gandra é próxima ao centro de Gondomar? 
Quando estive com meu pai em Gondomar um senhor que estava no cemitério nos levou ao tumulo da família e foi conosco a pé até onde era a casa que viveu o Sr Augusto d'Aguiar, mas não tinha o tal quintal com rosas nem nada, apenas a construção, coloco fotos deste dia e da casa de Avintes antes e hoje. 
Na época fiquei surpreso como alguém desconhecido sabia indicar coisas de tanto tempo atrás, o mesmo se deu na Rua das Flores e em Avintes, julguei que ou a família chamava muita atenção ou que as coisas não mudavam tanto em Portugal, as pessoas permaneciam no mesmo lugar de pequenas até mais velhas, o que pra mim não era comum. 

Um grande abraço!

Homero Aguiar Figueiredo