quarta-feira, 27 de outubro de 2010

W189 - UMA FOTO DA OLÍVIA


O que teria acontecido hoje, se ainda cá estivesse?
Bolo de anos e champanhe para brindar. E retratos, porque ela gostava muito de fotografias!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

W188 - A TIA ROZAURA E A AVÓ MARIA


131 passaram desde o seu nascimento.
Já só pode viver na nossa memória. O círculo também se destina a isto: a não deixar esquecer...
Nesta bela foto, tirada num dos seus aniversários, quando já ultrapassava os 90 anos, está ao lado da irmã Maria. Os olhos vivos ainda brilham!

sábado, 9 de outubro de 2010

W187 - O MEU AVÔ MANUEL

A 9 de Outubro de 2010 ele faria anos 120 anos. Ninguém vive tanto tempo, excepto na lembrança dos outros.
Na minha memória, este querido Avô continuará como o vi ao longo dos anos, quase sem envelhecer! Vigoroso, atlético, caminhando com o seu passo rápido... Conservando o seu inalterável gosto pelo cinema, pelo teatro, pela música. Pela conversa, à mesa do café... A contar histórias antigas, com uma infinidade de detalhes! Atento ao desporto, à política, interessado pelo que acontecia à sua volta. Um espírito sempre jovem. É verdade - não envelheceu nem física nem intelectualmente. Tinha mais de 80 anos, quando um AVC o deixou, mas apenas por poucas semanas, paralisado. Parecia ter uns 60 anos, no máximo... E manteve-se lúcido, completamente lúcido, até ao último dia.
Por muito importante que ele fosse e ainda seja para mim, tenho a certeza de que eu fui ainda mais importante para ele. Mais para ele do que para qualquer outra pessoa à face da terra.
Desde criança que eu sabia e toda a gente sabia a esperança que ele punha em mim para realizar os sonhos que ele sonhava para a neta...
Quanto do meu "feminismo", da minha vontade de afirmação para além do que era o destino comum das mulheres da família (e do país...) não se deve ao incentivo e às manifestas expectativas deste Avô?
Sempre teve sobre mim mais certezas do que eu tinha, é claro!
Nunca me passou pela cabeça não ter uma carreira profissional, como não passava pela cabeça do meu Avô - ou, também, pela do meu pai.
Quantas meninas do meu tempo poderiam dizer o mesmo?
Curiosamente, se influência houve na minha atitude de sempre face a estudos e perspectivas de profissão, ela foi muito mais exercida pelos homens do que pelas mulheres da família Moreira ou Aguiar ou Capela...
Quanto à política, idem, idem...
O inesperado chamamento à intervenção neste campo, já não é do tempo do Avô, que morreu em Novembro de 1971. Mas não tenho dúvida sobre o entusiasmo com que teria acompanhado as peripécias que me levaram às 7 partidas do mundo. Isso aconteceu com o meu Pai, com ele aconteceria a dobrar!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

W186 - DOCAS NO MERCADO DE ARTE, - resposta a um questionário


1- O primeiro atractivo desta iniciativa é precisamente permitir-nos ser solidários com causas e com instituições, à nossa maneira. Isto é, com o que temos para dar, com o nosso próprio trabalho, com o que, no campo de diversas expressões de arte, está nas mãos, na nossa imaginação, nas nossas capacidades. O que tenho estado a fazer, nos últimos tempos, é norteado ou inspirado por essa intenção – e até parece que tudo se torna mais fácil, no que respeita ao desenvolvimento desse trabalho quotidiano, porque ele adquire esta outra dimensão humanitária, porque tem propósitos que entre si se reforçam.
2- Penso que abrirá um círculo maior de amizades, de conhecimento e de estima mútua, e que, seguidamente, vai permitir a muitos de nós, iniciativas conjuntas, colaborações, que de outro modo seriam impossíveis. É, por isso, previsivelmente, um alargar de horizontes e uma oportunidade de aprendizagem com os outros. O carácter variado na expressão artística, nas áreas que são chamadas a conviver – e através delas os Autores! - criará um sentido de complementaridade e de equivalência dos valores que cada uma delas representa, tornando-os, globalmente, mais acessíveis tanto para os públicos, como para nós. E traz, também, ao evento, públicos mais diversificados e mais numerosos. Para aqueles que são mais novos – não necessariamente em idade, mas em envolvimento no mundo artístico, como agentes culturais – é um passo no sentido do reconhecimento por quem partilha o gosto pelas artes, seja como produtor, seja como apreciador. Olho este projecto com muito entusiasmo, com a certeza de que vou viver momentos inesquecíveis, de que ele vai ser importante para mim, a título pessoal, pelo espaço de convívio que vai ser e a nível artístico pela audiência alargada que me vai permitir. Mas espero, sobretudo, que o meu contributo seja útil para o projecto colectivo.
3- Na verdade, acredito que o facto de termos em presença diferentes áreas do universo das artes, vai trazer cada um dos públicos que se interesse por uma delas em particular e dar-lhes a conhecer e despertar o seu interesse pelas demais!
Todos com isso ganharão muito – os próprios visitantes e, naturalmente, os artistas.
Será uma grande reunião, uma “festa”, também, em que todos estarão especialmente motivados para olhar, admirar, ajudar. Seremos como que uma grande comunidade, unida pela arte e pela solidariedade.
4- Acho felicíssima esta fórmula que consiste em criar um “mercado de arte” num espaço de solidariedade. A ideia seria boa em qualquer tempo e em qualquer lugar, mas é particularmente oportuna agora, num momento em que atravessamos uma crise económica que nos atinge a todos e que torna difícil para uma maioria a divulgação das suas obras – porque as pessoas frequentam menos as galerias tradicionais de exposição e venda. Por outro lado, há instituições que hoje precisam de mais apoios e que podem aqui, neste “mercado”, encontrar respostas absolutamente inéditas. Estamos, assim, num enquadramento original, em que todos ganham, em que nos sentimos muito motivados, confiando que hão-de ser muitos os que vêm até nós, os que vão conhecer e reconhecer o nosso trabalho.