segunda-feira, 18 de outubro de 2010

W188 - A TIA ROZAURA E A AVÓ MARIA


131 passaram desde o seu nascimento.
Já só pode viver na nossa memória. O círculo também se destina a isto: a não deixar esquecer...
Nesta bela foto, tirada num dos seus aniversários, quando já ultrapassava os 90 anos, está ao lado da irmã Maria. Os olhos vivos ainda brilham!

9 comentários:

Maria Manuela Aguiar disse...

Tantas recordações da infância, na casa da pedreira: a Madalena e eu gostavamos de ouvir as infindáveis histórias que nos contava. Histórias de família, ou da terra, ou lendas e ditos que nos pareciam exóticos.

Maria Manuela Aguiar disse...

Estou a vê-la, já velhinha, gordinha e baixinha, como sempre a conheci, mas ainda ágil e viva, com a fabulosa memória que conservou até aos 98 anos. (depois, terá tido um AVC não diagnosticado e entrou num gradual declínio - uma pena!).
Vejo-a no quarto que então ocupava, depois de ter cedido o seu, que era o maior, aos meus pais. Recordo, por exemplo, as coisas que nos mostrava, postais, fotos, jóias... E a Nª Sª de Lourdes, que era uma caixa de música. A nosso pedido, estava sempre disposta a dar-lhe corda, rodando uma pequena chave, para ouvirmos, em conjunto, o bonito hino...

Maria Manuela Aguiar disse...

Tinha tantos "bibelots" antigos, que nos ensinava a apreciar, explicando a sua origem!
Conservou, mais e melhor do que a irmã Maria, mobílias, louças, até jóias de família. Tinha menos, mas conservou mais.
A Avó punha tudo a uso - louças, copos... que se iam partindo, evidentemente.

Maria Manuela Aguiar disse...

Falo de um AVC aos 98 anos, porque foi nessa altura que caiu e se magoou, com alguma gravidade, no seu quarto de Espinho, rua 16.
Na altura, pensamos que fosse apenas uma queda. Agora acho que a queda foi realmente provocada pelo AVC...

Maria Manuela Aguiar disse...

Era o último quarto do corredor, a seguir ao meu, com varanda para a rua 16, em frente ao da Olívia, que dava para o mar.
A mobília era estilo "Queen Anne" e tinha sido dos meus pais, na casa de Avintes. A mobília do quarto da casa do Largo da Pedreira, essa já estava no meu apartamento de Lisboa.
A Tia Rozaura fez questão de ma oferecer. Quando deixou a sua própria casa e veio viver connosco, quis que eu escolhesse tudo o que pudesse utilizar. Idem quanto à minha mãe. O resto deu a outros sobrinhos, sobretudo ao Tio Manuel.

Maria Manuela Aguiar disse...

Assim fiquei com a cama, que é enorme, de mogno antigo, com o guarda-vestidos, com uma bonita cómoda pequena e um lavatório de tampo de mármore rosa...

Maria Manuela Aguiar disse...

A minha mãe guarda o imenso louceiro de mogno americano, que era da bisavó Carolina, o aparador e uma bela cómoda, que é um autêntico "armazém". E o relógio de parede, que ainda dá as horas, a todas as horas...

Maria Manuela Aguiar disse...

A mesa dessa sala de jantar que recordamos da casa da Pedreira está hoje na minha sala.
E a Nª Sª de Lourdes, no quarto da minha Mãe, ainda toca o hino.

Maria Manuela Aguiar disse...

Serviços de chá, de café, muitos "bibelots", uma exótica caneca verde, cheia de lagartos e outros animais rastejantes, que faziam o nosso encanto, quando crianças. Um candieiro de bronze, que foi da bisavó...
A terrível gata Tita, tão inofensiva de aspecto, quebrou em mil bocados uma jarra "boca de peixe" - Bordallo Pinheiro, é claro - que a Tia mostrava, inventando contos...
A minha mãe ficou inconsolável (e eu também!).
Há tempos, a Docas ofereceu-lhe uma jarra parecida - -uma réplica, com a marca do museu Bordallo Pinheiro.