sábado, 20 de março de 2021

MVQ

5ª feira, 8 de outubro de 2020 MANUEL VITORINO DOMINGUES DE QUEIROZ  Nascido em 8 de outubro de 1941, no Porto, onde fez oLiceu Rodrigues de Freitas ( D Manuel II, à época). Licenciado pela Faculdadede Direito da UCoimbra, em 1965 e, na década de 70, doutorado na Suécia (duranteum feliz exílio, longe das guerras coloniais). E especialista internacionalmente reconhecido deDireito Cooperativo e mantém o interesse e a intervenção no domínio dodenominado “Terceiro Setor/Economia Social” e do Direito aplicável à Saúde, Instituições médicas, farmacêuticase outras conexas. Fomos colegas de curso durante cinco anos (1960/65) ecasados nos cinco anos seguintes (um pouco menos, mas é difícil dizer a data aocerto, pois desde fins de 68 e até 1970, residi em Paris, com uma bolsa daGulbenkian e não me lembro quando se iniciou o processo de separação (mútuoconsentimento, fácil e pacífico). Talvez, em fins de 69, quando ele esteve parair comigo para a Casa dos Estudantes Portugueses na "Cité" e acabounão indo. Curiosamente, o Manel foi alto funcionário daAssembleia da República (Diretor Geral), apenas dois ou três anos antes de eume ver envolvida na política, começando a frequentar o Parlamento. Depois dessedesencontro, na década de 80, chegámos a colaborar em alguns projectos para aemigração – estava ele a assessorar o Secretário de Estado do Cooperativismo eeu no MNE e, entre as duas Secretarias de Estado, foram, graças a ele,celebrados vários protocolos para o fomento de cooperativas nas comunidades doestrangeiro. Tornou-se, assim, uma figura popular no Palácio das Necessidades. 6ª feira, 9 de Outubro de 2020 Manuel Vitorino de Queiroz disse…  Numa versão "revista", aqui eagora, recordo alguns colegas do nosso curso de Direito, na Universidade deCoimbra (1960 /1965) : o Rui Barbot, o Luís Fontoura, a Lena Vaz, a MariaEmília Castro Solla, o Quintela Paixão, a Yolanda e a Esperança, o João Padrão(R.I.P.), o Jorge Strecht, o Zé Carlos Vasconcelos, a Maria Manuela Aguiar, oManel Porto e tantos outros). Muitas tardes de estudo e conversa no "CaféTropical" e no "Café Mandarim", o cineclube da AAC (AssociaçãoAcadémica de Coimbra), as sessões no cinema Avenida.. Aqui fica, um testemunho de época, domeu querido Amigo Carlos Amaral Dias , que, com não merecido tanto fulgor, me foi dedicado:  "Numa colunata grega lá estavasentado /Vitorino Queiroz, com muitas cidades àvolta de si, / o meu amigo Vitorino Queiroz /Sentado na branca coluna / Manuel Vitorino Queiroz de seu nome. / As cidades cresciam, fechavam-se. / O meu amigo continuava sentado. / E havia pessoas passando ao pé da gregacoluna. / Sentado numa grega coluna, /Vitorino Queiroz assentado / Amigo Vitorino Queiroz/colunas /conversas /tão lúcido / sentado na grega colunaE ainda pensando na Vida, na roda da Vida ,no LAGO.Vitorino Queiroz assentado." ...assinou o autor: C.A. Dias (CarlosAmaral Dias, poeta, médico e eminente Professor universitário). O livro de curso contém outros retratos,incluindo um da Lena Vaz, bastante vivo: “Vocês nunca me deixam acabar…”/Silêncio confrangedo “Quer-me parecer que vocês têm e não têmrazão” Lá estás tu a aldrabar “Mas é que eu estou a dar-vos razão!Vocês é que nunca me deixam acabar…” Discurso esmagador Lá vens tu complicar “Assim não brinco”  “Nós dizemos que…” Nós? “Eu digo que…” “Nós vamos fazer…” Nós? “Eu vou fazer…” “Sim! Mas eu é que digo, eu é que faço,eu é que sei! Que trabalho" É?! “Assim não brinco mais”,  Alerta, meninas Oh! Mas isso já nós estamos a dizer há meiahora! “Não tinha reparado! Têm razão!” ------------------------ .“A culpa é vossa! Nunca me deixam acabar!” Impagável cidadão Vitorino Não queres o mundo a teus pés Mas não podes negar que, na tua vida CITIZEN KANE só tu és!” 6ª feira, 9 de Outubro de 2020 Maria Manuela Aguiar disse… O livro de curso contém outros retratos, incluindo um da minha autoria, que continuo a considerar, tal como o da Lena, bastanteobjectivo. Vamos todos, Manel, A caminhar p’ra o fim do nosso curso E poucos alcançaram, como tu,  Tanto sucessoao longo do percurso! Ganhaste fama de “urso” (notas-per facta concludentia…) E em secções várias de cinema Impuseram-te sempre a presidência. Entre actos e projectos Contas, colóquios, filmes, festivais (de cinema) e célebres tiradas Nas assembleias (chamadas) Gerais… Em matéria de estudo Modalidade: “estudo parcial”, Avulta um record a Corporativo (em notas) e, (em tempo), outro a Fiscal! Tal façanha tu mesmo Soubeste explica-la, sem demoras, Em fórmula precisa e sugestiva: “O meu estudo não se apreende em horas! ”Passaste, pois, o tempo Como desejo o passes, já formado, Respeitável, famoso e ocupado: A fazer coisas só do teu agrado! Manuela segunda-feira, 9 de novembro de 2020 Manuel Vitorino de Queiroz disse… Quase oito décadas de vida, cinco de percursosacadémicos em vários  países (Portugal / Espanha / Itália (BIT/OIT Turim-  também passei por Montabauer - RFA - onde proferi umaconferência muito participada; idem na  Suécia, Dinamarca, ReinoUnido ,, Holanda etç - mas  sempre na Europa enormalmente a convite para "seminários" , debates e conferências - o"cúmulo" foi em Trogir (antiga Jugoslávia) onde perante uma distintamultitude de "cabeças pensantes" proferi uma conferência e dirigi um"seminário" em representação da OCDE ...( perante isto o BIT/ILO, aFAO , as UUNN -Programa "MATCOM" - "materiais"cooperativos"- foram trocados.).. E sempre em nomepessoal, sem patrocínios partidários, nem outros...Enfim, também tive a sorte de ter bons amigos fora das fronteiras do"rectângulo", v.g.: o meu grande amigo Marcel CABALLERO (Presidentedo ICOSI / França , instituição que até me aposentado (...ma non troppo...)representei em Portugal; Alain PENVEN , director do Collège Coopératif daUniversidade de RENNES II, e tantos outros... ; como dizia "o outro":..."et maintenant que vais je faire de tout ce temps, que sera ma vie"...? Pois, para já, estou a reunir, rever e editar algumas centenas das muitaspáginas que escrevi (na sua maioria nunca publicadas) , visando uma (oumais)possíveis publicações... Qui vivra, verra      Manuel Queiroz escreveu no dia segunda, 9/11/2020 à(s)!
Produção científica, técnica  e cultural (Scientific, technical and/cultural production)Artigos em revistas sem arbitragem científica Papers in periodics without scientific refereeing 1.Queiroz, Manuel V. D.. 2006. "Contributos para o Estudo da (s) Realidade (s) das Escolas "Estrangeiras" e Internacionais em Portugal", Publicações CCEPC, 0: 0 - 0.2.Queiroz, Manuel V. D.. 1989. "Anteprojecto de Lei de Bases da Economia Social", CEEPS – Centro de Estudos de Economia Pública e Social, 0: 0 - 0.3.Queiroz, Manuel V. D.. 1984. "The new international economic order: a selective bibliography", UNITED NATIONS - DAG HAMMARSKJOLD LIBRARY, 0: 0 - 0. Prefácio, Posfácio Preface, Postface 1.Queiroz, Manuel V. D.. 1989. "Prefácio à Economia Social ". Lisboa. (Apresentação) Outra produção científica Other scientific production 1.Queiroz, Manuel V. D.. 2020. "Breves notas sobre a Constituição Económica ". (rev.) Lisboa: Ed. Autor.2.Queiroz, Manuel V. D.. 2020. "Ligne de travail sur l'Économie Sociale ".(rev) Lisboa: Ed. Autor.3.Queiroz, Manuel V. D.. 2020. "Economia Social na Lusofonia". (rev e act.)Lisboa: Ed. Autor.4.Queiroz, Manuel V. D.. 2019. "Fringe benefits ". Lisboa: Ed. Autor.5.Queiroz, Manuel V. D.. 2019. "Benefícios Remuneratórios Complementares ". Lisboa: Ed. Autor.6.Queiroz, Manuel V. D.. 2019. "Risco, Economia e Gestão". Lisboa: Ed. Autor.7.Queiroz, Manuel V. D.. 2018. "Economia empresarial e gestão de risco". Lisboa: Ed. Autor.8.Queiroz, Manuel V. D.. 2018. "RISCO E RESPONSABILIDADE: Formação Avançada em “Análise, Informação e Controlo de Riscos". Lisboa: Ed. Autor.9.Queiroz, Manuel V. D.. 2017. "O sector cooperativo em Portugal e na Comunidade Europeia: alguns indicadores sócio-económicos". Lisboa: Ed. Autor.10.Queiroz, Manuel V. D.. 2016. "Cooperativismo: na hora da lusofonia: Uma proposta". Lisboa: Ed. Autor.11. Queiroz, Manuel V. D..  "Legal Aspects of Foreign Investment in Portugal".  Lund, Suécia: Lunds Universitet. Texto em revisão e actualização até 2020. (Versão inicial:Förskarutbildning/ Juris Doktor Kand.Orientador: Prof. LENNART PALSSON) Trabalho técnico Technical work 1.Queiroz, Manuel V. D.. Contratos do E.P.C. em Números - 2000/2001,2002 (Relatório técnico). Compilação sistematizada da informação estatística disponível sobre as diferentes modalidades de contrato celebrados entre o Estado e as escolas do ensino particular e cooperativo.2.Queiroz, Manuel V. D.. Educação Especial no Ensino Particular: os Normativos, os Números,2002 (Relatório técnico). Estudo sobre o enquadramento jurídico-constitucional e conceitos inerentes à "educação especial", e sobre a evolução dos apoios financeiros do Estado aos estabelecimentos particulares de "educação especial", nos anos lectivos de 1991/92 a 2001/02.3.Queiroz, Manuel V. D.. "Contratos do E.P.C. em Números - 1997/98 a 1999/2000",2000 (Relatório técnico).4.Queiroz, Manuel V. D.. "Opção Educativa",1999 (Relatório técnico). Estudo sobre os mecanismos de apoio do Estado ao exercício, por parte das famílias, do direito de escolha do percurso educativo dos seus filhos. O enquadramento jurídico da problemática inerente à "opção educativa", mormente ao nível constitucional, ocupa a primeira parte do estudo. Segue-se a história recente - anos de 1992/93 a 1998/99.5.Queiroz, Manuel V. D.. "Um Olhar sobre os Contratos de Associação" - Actualização - Lisboa, CCEPC,1990 (Outra).6.Queiroz, Manuel V. D.. "Contributos para o Estudo da (s) Realidade(s) das Escolas "Estrangeiras" e Internacionais em Portugal" Lisboa, CCEPC ,Relatório técnico).7.Queiroz, Manuel V. D.. "Um Olhar sobre os Contratos de Associação" Lisboa, CCEPC ,1988 (Relatório técnico).

sexta-feira, 5 de março de 2021

joana sobre as tias

JOANA SOBRE AS TIAS LENA, GIGINHA E LOLA Queridas Tias Hoje sei que já se encontram bem juntinhas aí no Céu. Sei que o Céu está em Festa! Todas as estrelas brilham mais e mais com a vossa presença, porque se a vossa presença só trouxe luz à minha vida, acredito que ao Céu trouxeram um palco bem estrelado! As três tão diferentes... mas as três tão minhas! Cada uma com o seu jeito marcaram a minha infância. Etm comum odastinham o gosto pela Vida e cada uma me ensinou, de formas bem diferentes, como ter uma vida Feliz! Irreverentes para a época? Sim! Mas tão atuais para este século XXI! Serão sempre uma enorme fonte de inspiração! A verdade é que em diferentes momentos da minha vida as tenho comigo e sei que delas herdei o Gosto pela Vida!A vontade a cada dia de ser feliz! O não conceber viver a vida acomodada com meias alegrias! O pensamento de que a vida que tenho é esta e é uma... e eu nasci para ser Feliz. Um grande beijinho daqui até ao Céu, Lena, Giginha e Lola

ANTÓNIO (Tozinho) SOBRE A MINHA MÃE

Olá manela! Recebi mais um comentário para adicionar a publicação do centenário da tia giginha, desta vez o do Tózinho!! Um excelente texto, que acho que descreve na perfeição a visão da nossa geração sobre a Tia Giginha! Deixo em seguida para dares uma olhadela. Beijinhos, Tété Talvez não haja muitas pessoas que tenham o privilégio de ser tia, avó e bisavó, tudo em simultâneo. Era a Tia Giginha. O facto de não ter tido netos e bisnetos, não significa que realmente não os tenha tido. Primeiro com a minha mãe e os meus tios e já mais tarde com a minha geração, em particular comigo e com a Tété, uma presença assídua aos sábados, durante os longos meses de agosto, e mais tarde, a vários dias da semana. E foi num destes dias, à hora de jantar, que recebemos uma chamada da Manela. A tia tinha caído e não a conseguia levantar. Rapidamente fomos a casa da Tia Giginha prestamos o auxílio. Já sentada na sua pequena poltrona, agradeceu e despediu-se com: “És o meu salvador”. Longe estava eu imaginar que aquelas seriam as últimas palavras que ouviria dela. Um ou dois dias depois, já no hospital, o destino estava traçado e perguntaram-me se a queria ir ver. A resposta foi simples: “Não”. A despedida em vida estava feita, e de tão perfeita que foi tornou-se intocável. O dia da despedida foi um dos dias mais marcantes da minha vida. Eram 12:30 quando me preparava para sair do trabalho, almoçar e ir para a Igreja Matriz de Gondomar. Recebo uma chamada do meu pai. Acabava de falecer a minha avó paterna. Até aqueles dias de fevereiro de 2019 só tinham falecido duas pessoas próximas, curiosamente o Tio João (marido da Tia Giginha) e o Avô Bártolo (Avô paterno), e as memórias desses dias são vagas ou mesmo inexistentes. Era então uma experiência nova e desconhecida, um pouco assustadora até pelo facto de não saber como lidar com a situação. O que já era um dia difícil rapidamente tomou proporções inimagináveis. Felizmente estamos a falar da Tia Giginha e toda a ideia tenebrosa que tinha de um funeral apaziguou todo o receio que sentia. Foi uma cerimónia à sua altura, cheia de cor, alegria e emoção. As horas seguintes também não podiam ter sido melhores. O dinheiro que deixou na carteira foi dado pela Manela à Tété, que utilizou da melhor forma possível. Um grande lanche com a Família em casa da Avó Xaninha. Foi como recuar às fantásticas tardes de sábado, onde a casa da Tia Giginha se tornava numa verdadeira festa, com conversas e coscuvilhices, cantorias e claro, muito vinho. Deixou de ser uma despedida e passou a uma verdadeira celebração da vida. Aquele que muito provavelmente era um dos dias mais escuros dos meus 20 e poucos anos de existência, ganhou um pouco de mais cor. O maior legado que podemos deixar é não sermos esquecidos, e a tia deixou um enorme legado simplesmente pela a alegria de viver. Acompanhei de perto 26 anos de uma longa vida, ouvi e absorvi todas as histórias, alegrias e tristezas de uma aventura (e foi mesmo!) de 98 anos. Todos a reconhecem como um exemplo de animação e jovialidade, mas talvez a maior aprendizagem que retive foi que viver muito tem o seu preço. Não é só o organismo que dificulta a caminhada, mas o peso da tristeza e da saudade que se tornam insuportáveis. Tinha perdido a alegria de viver, não por culpa dos que a rodeavam, mas por todos os outros que tinham partido e saber que o tempo não volta atrás. Foi em Paz. Em paz porque tinha aceitado o seu destino. Apesar de não estar connosco jamais será esquecida. Vou para sempre relembrar a tia maluca que descia as escadas pelo corrimão, que fumava o cigarro ao contrário, que me deixava sempre uma notinha na gaveta e que me deu o carinho e amor de uma avó. A sua singularidade perdurará sem duvida por muitas gerações na nossa família. Um beijinho do sobrinho neto e bisneto Tózinho. Enviado do Correio para Windows 10

TOZINHO SOBRE TIA GIGINHA

Olá manela! Recebi mais um comentário para adicionar a publicação do centenário da tia giginha, desta vez o do Tózinho!! Um excelente texto, que acho que descreve na perfeição a visão da nossa geração sobre a Tia Giginha! Deixo em seguida para dares uma olhadela. Beijinhos, Tété Talvez não haja muitas pessoas que tenham o privilégio de ser tia, avó e bisavó, tudo em simultâneo. Era a Tia Giginha. O facto de não ter tido netos e bisnetos, não significa que realmente não os tenha tido. Primeiro com a minha mãe e os meus tios e já mais tarde com a minha geração, em particular comigo e com a Tété, uma presença assídua aos sábados, durante os longos meses de agosto, e mais tarde, a vários dias da semana. E foi num destes dias, à hora de jantar, que recebemos uma chamada da Manela. A tia tinha caído e não a conseguia levantar. Rapidamente fomos a casa da Tia Giginha prestamos o auxílio. Já sentada na sua pequena poltrona, agradeceu e despediu-se com: “És o meu salvador”. Longe estava eu imaginar que aquelas seriam as últimas palavras que ouviria dela. Um ou dois dias depois, já no hospital, o destino estava traçado e perguntaram-me se a queria ir ver. A resposta foi simples: “Não”. A despedida em vida estava feita, e de tão perfeita que foi tornou-se intocável. O dia da despedida foi um dos dias mais marcantes da minha vida. Eram 12:30 quando me preparava para sair do trabalho, almoçar e ir para a Igreja Matriz de Gondomar. Recebo uma chamada do meu pai. Acabava de falecer a minha avó paterna. Até aqueles dias de fevereiro de 2019 só tinham falecido duas pessoas próximas, curiosamente o Tio João (marido da Tia Giginha) e o Avô Bártolo (Avô paterno), e as memórias desses dias são vagas ou mesmo inexistentes. Era então uma experiência nova e desconhecida, um pouco assustadora até pelo facto de não saber como lidar com a situação. O que já era um dia difícil rapidamente tomou proporções inimagináveis. Felizmente estamos a falar da Tia Giginha e toda a ideia tenebrosa que tinha de um funeral apaziguou todo o receio que sentia. Foi uma cerimónia à sua altura, cheia de cor, alegria e emoção. As horas seguintes também não podiam ter sido melhores. O dinheiro que deixou na carteira foi dado pela Manela à Tété, que utilizou da melhor forma possível. Um grande lanche com a Família em casa da Avó Xaninha. Foi como recuar às fantásticas tardes de sábado, onde a casa da Tia Giginha se tornava numa verdadeira festa, com conversas e coscuvilhices, cantorias e claro, muito vinho. Deixou de ser uma despedida e passou a uma verdadeira celebração da vida. Aquele que muito provavelmente era um dos dias mais escuros dos meus 20 e poucos anos de existência, ganhou um pouco de mais cor. O maior legado que podemos deixar é não sermos esquecidos, e a tia deixou um enorme legado simplesmente pela a alegria de viver. Acompanhei de perto 26 anos de uma longa vida, ouvi e absorvi todas as histórias, alegrias e tristezas de uma aventura (e foi mesmo!) de 98 anos. Todos a reconhecem como um exemplo de animação e jovialidade, mas talvez a maior aprendizagem que retive foi que viver muito tem o seu preço. Não é só o organismo que dificulta a caminhada, mas o peso da tristeza e da saudade que se tornam insuportáveis. Tinha perdido a alegria de viver, não por culpa dos que a rodeavam, mas por todos os outros que tinham partido e saber que o tempo não volta atrás. Foi em Paz. Em paz porque tinha aceitado o seu destino. Apesar de não estar connosco jamais será esquecida. Vou para sempre relembrar a tia maluca que descia as escadas pelo corrimão, que fumava o cigarro ao contrário, que me deixava sempre uma notinha na gaveta e que me deu o carinho e amor de uma avó. A sua singularidade perdurará sem duvida por muitas gerações na nossa família. Um beijinho do sobrinho neto e bisneto Tózinho. Enviado do Correio para Windows 10

ANA SOBRE A AVÓ 3

A minha avó... a minha avó, de olhos côr do Mar revolto... amo-te tanto e tinha tantas saudades de sentir a pele da tua face aveludada e agarrar as tuas mãos frias e frágeis... foste uma pessoa importantíssima na minha vida e dói, o beijo da despedida, com um engano de até logo... melhor assim, pois nestes teus últimos tempos, não quero que a angústia te invada. Melhor, na névoa pontual do teu pensamento, ficares com a ideia de que eu ‘’já regresso’’. A minha Iána... mas depois, lá deixavas esse universo e eu passava a ser a ‘’minha Xana’’. Trago sempre um aperto no coração, quando me despeço de ti pois a idade não perdoa e nunca sei quando será que os meus lábios tocarão pela última vez a tua face ou quando será que os nossos olhares se cruzarão num derradeiro momento... ou quando a tua voz velada, proferirá o meu nome numa última frase... ou mesmo quando será que o teu doce cheiro, deixará de pairar no ar e de invadir o nosso olfato... Avó

ANA SOBRE A AVÓ 2

Texto de despedida há três anos qd fui visitar a Avó ao hospital Caixa de entrada analauradenoronhayuste@sapo.pt quinta, 4/03, 19:34 (há 4 horas) para mim A minha avó... a minha avó, de olhos côr do Mar revolto... amo-te tanto e tinha tantas saudades de sentir a pele da tua face aveludada e agarrar as tuas mãos frias e frágeis... foste uma pessoa importantíssima na minha vida e dói, o beijo da despedida, com um engano de até logo... melhor assim, pois nestes teus últimos tempos, não quero que a angústia te invada. Melhor, na névoa pontual do teu pensamento, ficares com a ideia de que eu ‘’já regresso’’. A minha Iána... mas depois, lá deixavas esse universo e eu passava a ser a ‘’minha Xana’’. Trago sempre um aperto no coração, quando me despeço de ti pois a idade não perdoa e nunca sei quando será que os meus lábios tocarão pela última vez a tua face ou quando será que os nossos olhares se cruzarão num derradeiro momento... ou quando a tua voz velada, proferirá o meu nome numa última frase... ou mesmo quando será que o teu doce cheiro, deixará de pairar no ar e de invadir o nosso olfato... Avó

ANA SOBRE A AVÓ 1

À minha Avó: ‘’Olho-te sem te ver Escuto-te sem te ouvir Beijo-te sem te tocar Sinto-te sem te perceber Balbucio sem te falar Leio-te Amo-te sem amar...’’ Ana, Janeiro 2021 Para mim, eras imortal! Eras eterna! Continuas a sê-lo, mas noutra dimensão e essa, é a minha dor e falta de gestão sentimental! Amo-te 😍 minha Avó ❤ Tenho saudades e a sensação longínqua da distância imaterial que nos separa ❤ Agora, que já foste, que já estás materialmente debaixo de terra e espiritualmente em liberdade, como eras, livre e indomável, fiquei presa em amargura e dor 😞 Aos poucos vai apaziguar esta sensação de vazio e perda. Vou ter muitas saudades tuas 😢 muitas minha Avó! Vai em Paz e olha por nós! Beijo na tua alma Pertenço-te desde que nasceu a minha mãe. No dia de hoje, há 73 anos, nasceu a tua filha mais nova! Hoje, dia 28 de Janeiro, cedeste e deste o teu último suspiro. Ainda tenho o sabor da tua pele nos meus lábios, dos beijinhos que te dei. Ainda tenho teu cheiro nas minhas narinas e a suavidade das tuas mãos! Minha avó! Estivemos contigo e dói muito a tua partida. As nossas mãos, são só uma imagem do amor que nos liga. E podes ter ido embora, mas o nosso amor, fica. Espero mesmo, que onde estás, haja um cantinho para mim, para um dia quando for a minha vez, possamos novamente dar as mãos e apaziguar o meu coração partido! Amo-te Avó Encontra a paz e segue a tua viagem. Vai em Paz Avó Sempre me deste a mão amparaste as minhas quedas, ajudaste-me a levantar, e hoje largaste a mão! Amo-te! Segue o teu caminho em paz minha linda Avó dos olhos verdes

NESTÓ E ZÉ

Sobre a tia Mariazinha, eu e a Zé enviamos o pequeno texto, que se segue, pedindo que o consideres no bloghistória II : « Temos sentidas saudades da tia Giginha. Temos dificuldade ao descer a Rua 7 , quando passamos em frente ao número 307 porque a vemos, com muita intensidade, à janela do rés-do-chão ou à porta de entrada quando vinha despedir-se. São recordações, estas e outras, que doem por serem imagens irrepetíveis. Eu recordo-a desde muito pequeno, há mais de setenta anos, e a Zé privou com ela desde que regressamos de Angola em 1974. Passamos imensas tardes juntos, imensas tardes de convívio caloroso, pelo prazer da companhia, ou em reuniões festivas para celebração de tantos eventos familiares. Que dizer? Embarga-se a garganta, emocionamo-nos. Foi uma perda arrasadora. Ficam as recordações de uma tia sorridente, afável, amiga, carinhosa, espirituosa, tantas vezes irreverente... inesperadamente irreverente. Recordo a íntima comunhão com a minha mãe, cúmplices de tanta vida (mais de noventa anos) que as tornou profundamente aliadas e confidentes. Irmãs gémeas ou "galos doidos" como eram conhecidas no colégio que frequentaram juntas. Mais recentemente, guardamos da tia Mariazinha, para sempre, a imagem de uma senhora já frágil, distinta, monárquica, em passo miúdo a caminho da confeitaria Latina, de casaco comprido de peles, apoiada na sua bengala de punho encasquetado a prata. Obrigado Tia Mariazinha. Até um dia... » Um abraço Nestó e Zé