Claro! Fotografias com gatos. Ainda custa a crer que a Olívia tenha desaparecido, assim, repentina e estupidamente, no próprio dia em que no hospital lhe disseram que estava tudo bem com ela. Noutro país teria pedido uma investigação, uma explicação para o facto dela ter vindo pior do que foi à consulta. Para o facto de não terem detectado o que a afectava, ou mesmo de terem manipulado o pacemaker de tal forma que lhe provocaram a morte. É que ela também achava que o pacemaker estava a funcionar pior depois dessa consulta. Não me lembro das palavras exactas. E, no país em que vivemos, não fiz nada porque não vale a pena. Todos os deleixos e erros médicos são encobertos pela corporação, Isto não é a América! Nem sequer é a Europa...
Não vou nunca esquecer aquela imagem da Olívia, quando ía a sair para o combóio e ela a chegar do hospital, com o Sr. Domingos. Tão bem vestida, com um antigo mas chique e bem conservado casaco da minha mãe! E com um gorro, que lhe dava um ar moderno, em vez daqueles horrorosos lenços que habitualmente atava na cabeça e que arruinavam o "look" de qualquer bom fato ou casaco...
Muito pálida, muito branca, com os olhos azuis e uma aparência bem mais nórdica do que latina. E bonita - parecida com o Roger Moore, quando, em jovem, representava Simon Templar, o "Santo". Ao contrário de Moore, Olívia não envelheceu com rugas. Engordou, perdeu cabelo - mas o rosto continuava jovem.
E a falta que ela faz! Coisa que eu antevia, sobretudo no que respeita ao cuidado dos gatos. A D. Irene é uma espécie de milagre - porque gosta dos gatos, conhece os seus hábitos, sabe guardá-los e alimentá-los.Só por isso consigo ainda sair para o estrangeiro - ou até simplesmente para Lisboa... Mas quando estou por cá, perco mais de uma hora, de manhã e à noite, a substituir a Olívia no trato com eles...
E toda a gente lembra os seus sucessos culinários: as sopas (mãe); as larocas (Docas); a aletria, os assados (óptimos, consensualmente), o bacalhau à espanhola (eu)...
5 comentários:
Claro! Fotografias com gatos.
Ainda custa a crer que a Olívia tenha desaparecido, assim, repentina e estupidamente, no próprio dia em que no hospital lhe disseram que estava tudo bem com ela.
Noutro país teria pedido uma investigação, uma explicação para o facto dela ter vindo pior do que foi à consulta. Para o facto de não terem detectado o que a afectava, ou mesmo de terem manipulado o pacemaker de tal forma que lhe provocaram a morte.
É que ela também achava que o pacemaker estava a funcionar pior depois dessa consulta. Não me lembro das palavras exactas.
E, no país em que vivemos, não fiz nada porque não vale a pena. Todos os deleixos e erros médicos são encobertos pela corporação,
Isto não é a América! Nem sequer é a Europa...
Não vou nunca esquecer aquela imagem da Olívia, quando ía a sair para o combóio e ela a chegar do hospital, com o Sr. Domingos.
Tão bem vestida, com um antigo mas chique e bem conservado casaco da minha mãe! E com um gorro, que lhe dava um ar moderno, em vez daqueles horrorosos lenços que habitualmente atava na cabeça e que arruinavam o "look" de qualquer bom fato ou casaco...
Muito pálida, muito branca, com os olhos azuis e uma aparência bem mais nórdica do que latina.
E bonita - parecida com o Roger Moore, quando, em jovem, representava Simon Templar, o "Santo".
Ao contrário de Moore, Olívia não envelheceu com rugas. Engordou, perdeu cabelo - mas o rosto continuava jovem.
E a falta que ela faz!
Coisa que eu antevia, sobretudo no que respeita ao cuidado dos gatos.
A D. Irene é uma espécie de milagre - porque gosta dos gatos, conhece os seus hábitos, sabe guardá-los e alimentá-los.Só por isso consigo ainda sair para o estrangeiro - ou até simplesmente para Lisboa...
Mas quando estou por cá, perco mais de uma hora, de manhã e à noite, a substituir a Olívia no trato com eles...
E toda a gente lembra os seus sucessos culinários:
as sopas (mãe); as larocas (Docas); a aletria, os assados (óptimos, consensualmente), o bacalhau à espanhola (eu)...
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