sábado, 7 de setembro de 2019

A Família da Gandra PEREIRA DE AGUIAR E LOPES desde 1595

Martins dos Santos e de Maria
Antónia)
e de … Martins (por sua vez filha de Custódio João e de Maria Martins)
casou em 1825.12.12 com
Maria Pereira de França (de Vilar, São Cosme),
filha de Manuel Pinto de Castro (por sua vez filho de Manuel de Castro e de Helena Pinto)
e de Maria Pereira de França (por sua vez filha de Manuel Pereira [por sua vez filho de Manuel
Pereira e de Mariana Lopes, do lugar do Carvalho da freguesia de Olival, V.N. Gaia] e de Custódia
de França, de Pevidal, São Cosme [por sua vez filha de António José de França e de Isabel de
França, de Gondomarinho, São Cosme).
Sebastião Martins dos Santos e Maria Pereira de França tiveram vários filhos, entre os
quais uma Maria Pereira de França (como a mãe), que veio a casar e teve vários filhos; a
filha a mais velha, Joaquina, casou com Camilo Castelo Branco, mas faleceu, sem filhos,
a seguir ao casamento.
Pedro Pereira de França (também filho de Manuel Pereira e de Custódia Pereira de França, do
lugar de Pevidal, São Cosme)
casou em 1781.11.03 com
Maria Fernandes de Jesus
Viveram em Quintã, São Cosme, e tiveram 12 filhos, entre eles,
Ana Pereira (de França), que casou em primeiras núpcias, na Gandra, São Cosme, com
José Pinto dos Santos Garrido, de quem teve uma filha, Rosa Pereira (que casou com Manuel
Aguiar, dando os “Pereira de Aguiar”, da Gandra).
e em segundas núpcias com
João Moreira dos Santos, de quem teve dois filhos: Violante Pereira Moreira dos Santos
(afilhada da sua meia-irmã Rosa) e João Moreira.
Violante Pereira Moreira dos Santos casou na Gandra, São Cosme, com José Martins de
Almeida Lopes, da Pedreira, São Cosme, meus bisavós maternos, dando os “dos Santos
Lopes”, da Gandra).
Tenho a ascendência destes de França; até 1595 — eram originários da abastada família Tomé,
de Bouça Cova, São Cosme, e da igualmente abastada família Moura, da Cónega, São Cosme.
Domingos de Moura, filho de Frutuosos Martins, de Gondomarinho, casara em 1616.02.14 com
Catarina Tomé, filha de João Tomé, de Bouça Cova. Deles descenderam todos os Moura; e
todos os de França; de São Cosme, nomes que ainda hoje existem, não só em São Cosme.

PESQUISA DE RAQUEL E HERNÂNI MAIA sobre os descendentes de ANNA PEREIRA DE FRANÇA

As ancestrais tradições ligadas ao trabalho do ouro que outrora fora retirado das minas espalhadas um pouco por todo o lado naquelas imediações de São Cosme fizeram aqui a diferença. O ouro do Brasil veio reanimar e desenvolver uma imensa actividade ligada com trabalhos de ourivesaria, por encomenda dos novos ricos. Assim, esta freguesia vislumbrou alguma nova prosperidade, principalmente a partir de meados do séc. XVIII, que iria manter-se durante pouco mais de cem anos. Esta prosperidade surgiu no seio das famílias que se ligaram com a nova indústria, ainda que artesanal, de trabalho do ouro; o produto desta acordada actividade passou a ser vendido pelos negociantes da Rua das Flores, no Porto, e um pouco por todo o lado em feiras e romarias.
 Neste clima nasceu Violante Pereira Moreira dos Santos, na aldeia da Gandra da freguesia de São Cosme, no ano de 1852; era filha de João Moreira dos Santos, um comerciante de ourivesaria natural da aldeia de Ferreira da freguesia da Foz do Sousa, e de sua mulher, Ana Pereira de França, nascida na aldeia de Pevidal da freguesia de São Cosme. Quando se casaram, em 1851, qualquer deles era viúvo, ele de Rosa Lopes dos Santos, e ela de José Pinto dos Santos Garrido, natural da aldeia de Castanheira de Cima da freguesia de Duas Igrejas do concelho de Penafiel.
 João Moreira dos Santos era então um jovem de vinte e seis anos, mas Ana Pereira de França já tinha trinta e oito, e uma filha com cerca de dezasseis, Rosa; face à idade de Ana, só vieram a ter dois filhos: João e Violante.
 João Moreira dos Santos era filho de António Moreira dos Santos e de Ana de Oliveira, sua mulher, moradores na aldeia de Ferreira da freguesia da Foz do Sousa. Era neto paterno de Jerónimo dos Santos de Oliveira (Cap. 1.4) e de Maria da Luz Moreira (Cap. 2.10), sua mulher, da aldeia do Carvalhal da freguesia de São Pedro da Cova, e materno de António de Oliveira (Cap. 3.5) e de Isabel Martins (Cap. 4.5), sua mulher, da aldeia de Ferreira da freguesia da Foz do Sousa. Jerónimo, provavelmente com bens próprios na fértil aldeia de Carvalhal, onde fora criado, foi buscar a sua mulher, Maria da Luz, à freguesia de Campo do extinto concelho de Paço de Sousa, presentemente integrada no de Valongo. Maria da Luz deveria ter herdado alguns bens de sua mãe e consideráveis bens de seu pai, Manuel Moreira, o que certamente terá contribuído para a prosperidade do casal e levado a sogra a doar os seus haveres ao filho mais velho, Manuel dos Santos, excluindo assim Jerónimo. Os bens herdados de Manuel Moreira terão sido repartidos pelos filhos de Maria da Luz, incluindo António, o pai de João Moreira dos Santos, contribuindo deste modo para que o filho viesse a ser um dos mais prósperos industriais de ourivesaria daquele tempo em todo o concelho de Gondomar. António de Oliveira, avô materno de João Moreira dos Santos, era o quinto de dez filhos e pouco deverá ter herdado de seus pais por muito abastados que pudessem ter sido, do que de resto não se encontram sinais. Também a sua mulher, Isabel Martins, descenderia de pequenos lavradores de Tardariz, em São Pedro da Cova, e de Rio Carreiro, em São Cosme, e não seria, portanto, possuidora de quaisquer bens assinaláveis.

 Para terminar, vejamos agora o que se passou do lado de Ana Pereira de França.
 Era a quinta dos onze filhos de Pedro Pereira de França e de sua mulher, Maria Fernandes de Jesus, residentes na aldeia de Pevidal da freguesia de São Cosme.
 Pedro era filho de Manuel Pereira (Cap. 5.3), nascido e criado numa família de poucas posses da freguesia de Olival, que viera casar na aldeia de Pevidal da freguesia de São Cosme com Custódia de França (Cap. 6.4), descendente de velhas famílias desta freguesia.
 Pedro Pereira de França e Maria Fernandes de Jesus tiveram muitos filhos, onze, o que implicou do casal considerável esforço para os criarem. Assim, Pedro Pereira trabalhou como ourives e como jornaleiro, conforme as épocas e os trabalhos ao seu alcance para que ele e os seus pudessem sobreviver.
A sua mulher, Maria Fernandes de Jesus, era filha de João Bernardo de Magalhães (Cap. 7.7), e de Maria Ferreira de São José (Cap. 8.8), sua mulher.
 João Bernardo tivera antepassados poderosos e muito abastados, mas nascera pobre porque de diversas e pobres mães solteiras, tanto do lado do pai como do lado da mãe. Já não se passava o mesmo com a sua mulher, pois descendia de famílias que tinham sido razoavelmente abastadas, embora todas detentoras de inúmeros filhos, o que, durante os tempos difíceis descritos acima, contribuíra para o progressivo empobrecimento de muitas delas.

 EPíLOGO Em 1874 Violante Pereira Moreira dos Santos tinha apenas vinte e dois anos quando o pai faleceu, muito novo, ainda não completara os cinquenta.
 Sendo a mais velha dos dois filhos, casou um mês depois com José Martins de Almeida Lopes, um jovem ourives empregado de seu pai; José era filho de Joaquim Martins de Almeida e de sua mulher, Maria Rosa de Jesus, moradores na aldeia da Pedreira da freguesia de São Cosme, também ourives. José tinha então vinte e cinco anos. Este casal foi anormalmente fértil, pois em apenas dez anos tiveram sete filhos, seis raparigas e um rapaz. E não tiveram mais porque José Martins de Almeida Lopes, homeopata além de ourives, decidira ir para o Brasil à procura duma quimérica melhor vida, nas terras de onde vinha o ouro que trabalhava. Mas não voltou, ficou e faleceu no Brasil, mais pobre do que partira.
 Assim, foi Violante quem, abandonada e só — mesmo só, porque a mãe falecera dois meses após o nascimento da última neta — criou e educou os seis filhos que sobraram após a morte da primeira ainda em idade muito tenra. Embora tivesse herdado a metade que lhe competia dos bens do seu abastado pai, o que incluía algumas acções da Companhia Aurifícia, Violante teve de trabalhar e ensinar os filhos a trabalhar, de ourives ou mesmo de costura, para poderem sobreviver.
 Todas as cinco raparigas se casaram, e bem, mas apenas três lhe deram netos: quinze.
 Faleceu em 1935, com oitenta e um anos; nessa data, além da primeira filha já tinha perdido outras duas.

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