sexta-feira, 20 de agosto de 2010

W178 - ANOS DA TIA LOLA: 88!


Vamos contar, cada um de nós, uma pequena história da sua vida, ao longo destes 88 anos.
(As fotografias da nossa festa familiar, neste dia especial, ficam para depois.)
Bem, começo eu ou alguém quer antecipar-se?

Como ainda ninguém avançou, e estamos a meio da tarde, não há remédio, tenho mesmo de começar eu:
A Mãe ficou muito contente com o telefonema do seu querido filho, que continua na selva africana (Gove). Conseguiu ser o primeiro de todos. Eram nove menos um quarto. Mal a Mãe levantou o aparelho, logo começou a ouvir a voz dele, muito afinado, a por cantar os parabéns a você.
Ninguém diria que não estava por perto, que um grande oceano e muita terra os separava !




Reacção da interlocutora, tomada de forte emoção, na sua casa da Senhora da Hora (Porto):
"Oh, meu filho! Lembraste-te da tua Mãe!
Resposta pronta do outro lado do Atlântico:
"Oh Mãe, eu lembro-me muitas vezes de ti. Não é só no dia dos anos!"
(mas o comentário tem a sua razão de ser, porque ele nunca telefona... Em todo o caso, face à conversa ião emotiva, percebe-se a razão porque é tão popular com a mamã - mais do que as manas, certamente. As manas acham óptimo!).

15 comentários:

Maria Manuela Aguiar disse...

Cá está a Tia Lola. Muito bonita, com uma túnica cheia de cor, muito rejuvenescida, mas a contar que dormiu mal de noite.
Deitou-se tarde, às 19.30! Às 20.30 acordou. Não sabia se era de manhã ou de noite, e, como sempre que isso acontece, falou para o 114, onde dão a informação certa.(São muito atenciosos, esclarece a Tia!) Eram 20.30. Voltou à cama e acordou às 4.30. Tomou logo o pequeno almoço, mas agora deu-lhe um ataque de sonolência.
Para apressar a festa, sugere que , já de seguida, vamos acender as velas, cantar a música ritual e comer o bolo. Ainda não são 16.00 horas...

Anónimo disse...

XANA disse...
Eu deitei-me às 4.00 da manhã. Estou sonolenta pela razão oposta à da Mãe. Não me apetece, hoje, contar histórias.

Anónimo disse...

Mª Antónia disse...
Vamos brindar com champanhe!

Maria Manuela Aguiar disse...

Houve logo protestos - ninguém queria champanhe, preferiam continuar com vinho verde "que é do meu Portugal", como diz a canção. As taças eram de champanhe, "a fazer de conta" para a fotografia. Foi a solução de compromisso a que se chegou.

Anónimo disse...

Xana disse:
Numa viagem de camionete Leiria Lisboa. Mãe e Docas. À frente, do lado contrário, iam duas freiras. As malas estavam na prateleira por cima dos assentos. Numa curva apertada, solta-se uma delas, passa uma tangente a uma freirinha, e cai no chão. Comentário da Mãe:
"Obra de Deus! Se fosse a mim, tinha caído em cima da cabeça".
Meu dito, meu feito!
Na curva seguinte, salta outra mala e aterra em cima da cabeça da minha mãe!
Diz a Docas: "Vês! Castigo de Deus!"
Foi um festival de gargalhadas!

Anónimo disse...

Lolita disse...
O ano passado, neste dia estava eu em Oeiras, com a minha bisneta!
O bolo foi escolhido por ela - cor-de-rosa, com o desenho de uma borboleta.

Anónimo disse...

Mª Antónia disse...
Sabemos milhares de histórias, mas não nos lembramos delas...

Maria Manuela Aguiar disse...

Este ano o bolo foi comprado na confeitaria "Senhora da Ajuda" e, por sinal, é delicioso - e muito calórico: folhado, cheio de natas e cremes... Todo em tons de beige e castanho.
Ver-se-a depois, nas fotos da máquina da Docas.

Maria Manuela Aguiar disse...

As manas falam agora de decotes. A Tia Lola está muito impressionada com o do vestido da minha Mãe, que vai até ao estómago.
"Se eu era capaz!"
Resposta da irmã mais velha:
"Eu sou capaz de tudo!"

Também acho...

Maria Manuela Aguiar disse...

Xana discorre sobre aneis.
"Só gosto de os ver no dedo anelar!"

Sou da mesma opinião.

Maria Manuela Aguiar disse...

Docas tira fotografias. A quem a acusa de excesso, responde: as que estiverem mal, apagam-se.
E continua, em actividade.
Temos, pois, uma bela reportagem deste evento.

Maria Manuela Aguiar disse...

A Tia viveu em lugares perdidos nos confins, onde nem sequer podia ter grande convivência social, e em outros onde reinava sobre uma corte de senhoras provincianas.
Sempre cintilante e com o seu ae cosmopolita (do Porto!), do norte ao sul de Portugal!
Numa dessas terras, não me lembro qual, houve uma festa (da paróquia? De beneficência laica?) em que cada prendada dona de casa levava um bolo feito por ela.
A Tia, uma grande especialista que fazia tudo com saber e intuição, nesse dia, deixou que um erro fatal abatesse a obra de arte culinária em finalização. Sem tempo para recomeçar, decidiu transformá-lo numa torta, juntando-lhe este e aquele ingrediente, completamente de improviso e sem sombra de registo...
Causou sensação. Era coisa rara, jamais saboreada (pudera!). Foi, pois, muito felicitada. O pior é que as senhoras, todas, queriam a receita! Como podia a Tia explicar que não só não havia receita, como não tinha havido tempo e disposição para anotar os passos da invenção?
Passou por querer guardar o segredo...

Docas disse...

Passa-se na Freixêda, o que vou contar. No princípio dos anos 50. A Mãe gostava muito de andar a cavalo. Havia sempre alguém da aldeia que lhe emprestava um cavalinho para galopar pelos carreiros de terra batida, por montes e vales. Mas uma dia, o animal tropeçou, "ajoelhou", subita e inesperadamente, e a amazona deu uma queda valente, cuspida para a frente, por sobre a cabeça dele (do animal). Não partiu nada, mas ficou mal-tratada e dorida, naquele voo de vários metros e na aterragem em solo duro. O sítio era ermo. Olhou em volta e não viu ninguém. Não havia testemunhas do desastre. Retomou a cavalgada, mas, depois, em casa, sem contar o que acontecera à família, queixou-se de que lhe doía a cabeça - coisa banal, a não causar estranheza nem alarme - e foi direitinha para a cama...
Mas nas aldeias há sempre um agricultor disfarçado na paisagem que observa, atentamente. Lá estava um! E veio espalhar na aldeia inteira a notícia da grande queda da Senhora Dona Lola.

Docas disse...

Foi um desaire isolado!
Na Mina da Bica, por exemplo, fez, uma vez, um brilharete, quando insistiu, contra a opinião geral, em montar um cavalo da GNR, que metia medo a toda a gente - só um dos Guardas o domava. E saíu-se muito bem.
Já o meu Pai, pelo contrário, sempre recusou firmemente esse género de aventura. Para ele, o ideal era um jerico manso...
Davamos grandes passeios com o Pai, em cima de burricos com largas albardas, e quanto mais baixos melhor. A Xana e eu também eramos alérgicas a cavalos...

Docas disse...

O grupo dos cavaleiros era formado pela Mãe e o Nestó e visitantes como a Lecas e o Moutinho!