quarta-feira, 15 de maio de 2019

JOANA no funeral da minha MÃE




Na missa de corpo presente, em Gondomar


Minha querida Tia Giginha
Obrigada por preencheres a nossa vida
de momentos felizes!
És exemplo para nós de garra, força
E alegria de viver
Deixas, asim, no nosso coração
Um vazio, uma saudade,
Que não mais passará:
És única e irrepetível
No nosso coração
Fica também a tua marca eterna,
A intensidade com que sempre vivieste a vida
A capacidade de superar
A lucidez até aos 98 anos
A cor. o riso, o canto, a loucura
Os afetos, a paixão, a esperança, o Amor
Aprendemos contigo
Que devemos amar o Amor,
Que é sempre o nosso lema na vida
Amo-ie, minha Tia
Daqui até à estrela mais brilhante do céu

5 comentários:

Madalena Aguiar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Madalena Aguiar disse...

Que dizer de ti minha querida Tia, uma das pessoas mais importantes da minha vida que amei sempre?! Que me fazes falta, que sinto falta dos teus abraços, dos teus conselhos, das tuas gargalhadas misturadas com as minhas, dos tchim tchim permanentes... Como se pode esquecer um ser humano incrível de uma alegria contagiante, de uma elegância e bom gosto incomparável, de sentido de humor requintado e ao mesmo tempo sarcástico! Ri-me tanto contigo minha tia! Quando estava triste já sabia para onde ir, as tuas portas abriam-se e um sorriso lindo e sincero acolhia-me com um abraço gigante e um convite: ” Vamos beber um copo”.
Saudades infinitas de ti minha Tia❤️

MA disse...

Querida Tia,
Tenho muitas saudades suad
Muitas saudades da alegria, da sabedoria e conselhos, da sua diversão e amor! Dos nossos pequenos almoços na Latina e dos lanchinhos de jaquinzinhos e vinho branco... das nossas tardes de sábado regadas de boa disposição e muito vinho branco!
Mas acima de tudo, faz-me muita falta o carinho que tinha por mim, pelas minhas filhas e pelo António, e a forma como me ensinou a ver o lado bom da vida!
Saudades, Tia! 💛💛💛💛

Isabel Aguiar disse...

Não estava mesmo preparada para dizer adeus à minha querida Tia que tanto queria que ficasse eternamente ao nosso lado.
Deixou tanta mas tanta saudade e muitas lembranças imortais.
Dizer adeus a um amor assim é como renunciar a uma parte maravilhosa da nossa vida e por isso custa tanto…
Comigo ficará para sempre a sua alegria, a sua sabedoria, o amor incondicional…da Tia que amava o “amor”.
Amo-te muito Tia Giginha ❤
Isabel

Unknown disse...

Talvez não haja muitas pessoas que tenham o privilégio de ser tia, avó e bisavó, tudo em simultâneo. Era a Tia Giginha. O facto de não ter tido netos e bisnetos, não significa que realmente não os tenha tido. Primeiro com a minha mãe e os meus tios e já mais tarde com a minha geração, em particular comigo e com a Tété, uma presença assídua aos sábados, durante os longos meses de agosto, e mais tarde, a vários dias da semana.

E foi num destes dias, à hora de jantar, que recebemos uma chamada da Manela. A tia tinha caído e não a conseguia levantar. Rapidamente fomos a casa da Tia Giginha prestamos o auxílio.Já sentada na sua pequena poltrona, agradeceu e despediu-se com: “És o meu salvador”. Longe estava eu imaginar que aquelas seriam as últimas palavras que ouviria dela. Um ou dois dias depois, já no hospital, o destino estava traçado e perguntaram-me se a queria ir ver. A resposta foi simples: “Não”. A despedida em vida estava feita, e de tão perfeita que foi tornou-se intocável.

O dia da despedida foi um dos dias mais marcantes da minha vida. Eram 12:30 quando me preparava para sair do trabalho, almoçar e ir para a Igreja Matriz de Gondomar. Recebo uma chamada do meu pai. Acabava de falecer a minha avó paterna. Até aqueles dias de fevereiro de 2019 só tinham falecido duas pessoas próximas, curiosamente o Tio João (marido da Tia Giginha) e o Avô Bártolo (Avô paterno), e as memórias desses dias são vagas ou mesmo inexistentes. Era então uma experiência nova e desconhecida, um pouco assustadora até pelo facto de não saber como lidar com a situação. O que já era um dia difícil rapidamente tomou proporções inimagináveis.

Felizmente estamos a falar da Tia Giginha e toda a ideia tenebrosa que tinha de um funeral apaziguou todo o receio que sentia. Foi uma cerimónia à sua altura, cheia de cor, alegria e emoção. As horas seguintes também não podiam ter sido melhores. O dinheiro que deixou na carteira foi dado pela Manela à Tété, que utilizou da melhor forma possível. Um grande lanche com a Família em casa da Avó Xaninha. Foi como recuar às fantásticas tardes de sábado, onde a casa da Tia Giginha se tornava numa verdadeira festa, com conversas e coscuvilhices, cantorias e claro, muito vinho. Deixou de ser uma despedida e passou a uma verdadeira celebração da vida. Aquele que muito provavelmente era um dos dias mais escuros dos meus 20 e poucos anos de existência, ganhou um pouco de mais cor.

O maior legado que podemos deixar é não sermos esquecidos, e a tia deixou um enorme legado simplesmente pela a alegria de viver. Acompanhei de perto 26 anos de uma longa vida, ouvi e absorvi todas as histórias, alegrias e tristezas de uma aventura (e foi mesmo!) de 98 anos. Todos a reconhecem como um exemplo de animação e jovialidade, mas talvez a maior aprendizagem que retive foi que viver muito tem o seu preço. Não é só o organismo que dificulta a caminhada, mas o peso da tristeza e da saudade que se tornam insuportáveis. Tinha perdido a alegria de viver, não por culpa dos que a rodeavam, mas por todos os outros que tinham partido e saber que o tempo não volta atrás. Foi em Paz. Em paz porque tinha aceitado o seu destino.

Apesar de não estar connosco jamais será esquecida. Vou para sempre relembrar a tia maluca que descia as escadas pelo corrimão, que fumava o cigarro ao contrário, que me deixava sempre uma notinha na gaveta e que me deu o carinho e amor de uma avó. A sua singularidade perdurará sem duvida por muitas gerações na nossa família.

Um beijinho do sobrinho neto e bisneto Tózinho.