terça-feira, 17 de novembro de 2009

COLÉGIO DO SARDÃO...

Os tempos do colégio... do colégio do Sardão. Doroteias. Internato. Em Oliveira do Douro - Gaia. O ensino: muito bom. Desporto : ainda melhor!
Numa quinta que pertenceu a Almeida Garret havia espaço de sobra para tudo: parque, lagos, árvores, rinque de patinagem, court de tenis, campos de jogos. Nesse aspecto, o paraíso.
O resto, disciplina, mentalidade reinante, pequeno mundo àparte, confinamento: pouco paradisíaco, mesmo se não absolutamente infernal.
Balanço: saudades, retrospectivamente... Boas recordações de boas amigas, de boas mestras.
Mas, se voltasse atrás, não quereria voltar ao colégio...
Eu, a 133.
Pelo contrário a 178, minha irmã Madalena, sentia-se ali plenamente realizada e divertida.
Até podia ser cábula e aluna assim-assim, sem que ninguém a aborrecesse.
Não era esse o caso da 133.
Ansiedade em época de exames, mas sempre notas simpáticas.
As impressões sobre o colégio, escritas num caderno de uma qualquer disciplina -para disfarçar- foram apreendidas, causaram sensação, quase iam dando em processo de expulsão...








5 comentários:

Maria Manuela Aguiar disse...

O caderno verde, acima reproduzido, não é o original. Esse foi apreendido pelas freiras, que lhe deram sumiço.
Não me conformei. E, com a memória privilegiada que, então, muito me ajudava a tirar agradáveis notas sem muito estudo, reproduzi o texto perdido, palavra a palavra.
Mas este caderno é praticamente igual.

Maria Manuela Aguiar disse...

Recordo, distintamente, o quarto em que o reescrevi, em Espinho, durante as férias grandes.
A contra capa não tem nada a ver com a temática tratada, mas é bem elucidativa sobre o tipo de gente que então me impressionava. Nem todos propriamente meus herois.
Heroi era, sem dúvida, o primeiro, Dorival Knipel (Yustrich) e, por perto, nomes de personalidades bem inesperados e entre si distantes, como os de Gil Eanes, Deu-la-deu Martins, Eça de Queiroz, Isabel II, Romy Schneider, Jaburú, Napoleão, Àtila, Edison, Bach, Ingrid Bergman, Cleópatra, Sagan, Einstein...etc. etc...

Maria Manuela Aguiar disse...

As notas, do 1º ao 7º ano do liceu (antigo regime), boas, é claro.
Ainda que com variações. Por exemplo, na matemática, Durante anos, uma das minhas melhores notas. Por fim, porque embirrava com a professora - e ela comigo... - uma queda brusca.
Achava o Pai que boa parte da minha "performance" se devia ao ambiente fechado, à concentração e à qualidade do colégio.
Quando no 6º ano fiz finca-pé em transitar para um liceu público vaticinou um insucesso parecido com o seu, ao mudar do Colégio dos Carvalhos (onde esteve, felz, desde a 1ª classe) para o Liceu Rodrigues de Freitas, no Porto.
Apesar do paralelismo, a história não se repetiu.
O Pai chumbou e acabou pedindo aos Pais para voltar ao colégio, onde completou, airosamente, o curso dos liceus...
Eu tirei no Raínha Santa Isabel as melhores classificações da minha vida.
Bem vistas as coisas, até na Faculdade de Direito acabei com notas superiores às que me deram no tempo do colégio!...
Já nem me lembrava dos detalhes, até ter encontrado o registo completo, num outro caderninho do Sardão guardado numa gaveta.

Maria Manuela Aguiar disse...

Terrível a foto em que estou de escuro, com o uniforme de inverno do colégio, um sobretudo azul marinho e de laço na cabeça.
Nesse tempo, fui até, uma vez, confundida com uma refugiada de guerra!

Maria Manuela Aguiar disse...

Nunca tive grandes notas a comportamento, lá dentro - porque na caderneta as caras Doroteias não denunciavam a triste realidade do meu mau comportamento... Não seria tanto a imagem da aluna como a imagem da instituição o que as preocupava...
Uma das primeiras recordações do Sardão, na 3ª classe, é a de uma procissão de velas em que me zanguei com a Clarinha Menéres, coisa que haveria de acontecer, de quando em vez, nos 7 anos seguintes.
Deitámos fora as nossas velinhas e agarramos a cabeleira uma da outra, puxando furiosamente. Isto no meio da alameda e da procissão...
De um e outro lado, as meninas desfilavam, imperturbáveis.
Porém, durou pouco a peleja.
Uma religiosa, ou várias, talvez - não me lembro, ao certo... - cointerpuseram-se entre nós, muito escandalizadas, naturalmente, com tão ímpia atitude, jamais vista naquele contexto, e mandaram-nos, de castigo, para os quartinhos de piano, até ao fim dos festejos.