Maria do Rosário Ramos Caetano Pereira - NÉNÉNasceu a meio da guerra de Angola, como, muito antes, eu nasci a meio da última grande guerra mundial, embora a neutralidade de Portuga l me tenha poupado a comoções ou lembranças assustadoras (em boa verdade, não me lembro de nada).
A Néné, embora criada perto dos cenários sempre incertos e movediços de batalhas com embuscadas no mato, não terá sentido a pressão do ambiente circundante. Com um Pai, que esse, sim andava, como médico, a afrontar todos os perigos, junto aos seus "camaradas de batalhão" (estará a terminologia certa?), mas não trazia relatos nem medos para o círculo da família - a viva imagem da serenidade e do afecto paternal, dando "normalidade" ao ambiente...- e com uma mãe que era, ainda que desarmada de metralhadoras ou de bombas, uma autêntica "mulher de armas", teve um começo de infância tranquilo e saudável, nos grandes espaços do interior de África.
Foi sempre muito boa menina - com um feitio óptimo, ainda mais ordeira e disciplinada do que os irmãos, numa casa onde a Mãe não consentia grandes desvios... Andava tudo alegre, mas cumprindo as regras. como deve ser. Grande educadora, com equilíbrio e pulso firme. Uma daquelas mulheres que não precisa de recorrer ao marido, para pôr a prole em sentido - assim libertando o Mário para um relacionamento com os filhos menos autoritário do que é costume, neste país conservador de estereótipos e hierarquias rígidas. Os resultados estão à vista, nas qualidades morais e no sucesso profissional da Néné e dos seus três irmãos.
Colaborou com o Pai no Hospital Santo António, na pioneira unidade de transplantes. E, hoje, prossegue esse trabalho, como coordenadora da sua organização.
Licenciada em Enfermagem, é um "caso de vocação"! Fez todo o percurso, com distinção, passando pelos testes mais difíceis - serviços de cuidados intensivos, urgências, traumatizados...
Acho que os doentes melhoravam, só de olhar para o rosto bondoso daquela sucessora da Florence Nightingale!
Casada com O Luís, um charmoso advogado luso-brasileiro, de quem também temos de falar, é mãe da bonita e espertíssima Mariana - como a mãe, da mesma idade, um amor de menina!
Faz hoje anos, a Néné. Vamos contar as suas histórias. E dar-lhe os parabéns!
3 comentários:
Escolhi, para o lugar cimeiro, aquela fotografia do casamento da Néné, por 3 razões:
porque está no meio dos dois homens da sua vida - o marido eo pai;
porque é uma noiva linda e tem na cabeça o mesmo véu que a mãe usou no casamento - e que bem que lhe fica!
e porque tenho poucas fotos recentes da Néné.
Infelizmente a Mariana, que tanto gosta de animais, é alérgica ao pelo dos gatos e não têm podido vir a Espinho, por isso.
Temos tanta pena!
Há dias, a folhear um manuscrito de versos do meu Pai, encotrei três quadras, dedicadas à Néné.
Não sei ao certo a data.
Adivinhem pelo teor das quadras, que trancrevo:
Vamos juntos conjugar
Com o maior sentimento
Um verbo p'ra celebrar
Da Néné o nascimento.
No passado ainda criança,
No presente, que é promessa,
No futuro, que é esperança,
Que todo o bem lhe aconteça-
Esse verbo a conjugar
adivinhem qual ele é:
- Tem de ser o verbo "amar"
Com muito amor à Néné!
Profeta foi esse tio amigo. Os seus desejos concretizaram-se:
A Néné é um encanto, boa, generosa, e tem uma brilhante carreira profissional e uma bela família.
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