sábado, 22 de maio de 2010

W165 - ANIMAIS NOSSOS AMIGOS


Quem começa a contar as suas histórias?
Com ou sem retrato, como preferirem.

11 comentários:

Maria Manuela Aguiar disse...

A minha 1ª fotografia foi tirada na casa onde nasci - a Villa Maria - com os felizes Pais, sentados no banco verde de jardim, e com um cão lindo, chamado Nero, em grande plano, mais visível do que a recém-nascida.
Uma espécie de presságio:
Aquela criança iria ser uma eterna apaixonada por animais, partilhando
a opinião do filósofo que dizia: "quanto mais conheço os homens, mais gosto do meu cão".

Maria Manuela Aguiar disse...

Quando era muito pequena, houve um mítico fox terrier, do qual muito ouvi falar mais tarde, mas não me lembro nada.
Depois, quando estava com o sarampo, aos 5 anos, o Tio David veio visitar-me e fez-me uma surpresa: tirou do bolso de um sobretudo, um minúsculo cãozinho, o "Bobby".
Adorei!
Porém, quando recuperei a saúde, perdi o cão. Não sei porquê. Decisão dos meus pais, com certeza...
Voltou para casa da tia Lena e Tio David. Cresceu! Era enorme, branco, suponho que raçado de galgo - uma beleza. E uma inteligência rara!
Brincava às escondidas com o Tio David e connosco.
A Lecas e eu continuamos sempre a considerá-lo, também, nosso.
Um dia desapareceu, na rua e nunca mais foi visto.
Durante meses, os Tios procuraram-no, ofereceram recompensas a quem o encontrasse...
Acreditamos que foi roubado.

Maria Manuela Aguiar disse...

No dia em que completei 7 anos, a prima Maria Angélica, que fazia criação de cães de raça puríssima, deu-me, como fabuloso presente, um "pequinois"!
Levou a casa dos Avós de Avintes a ninhada inteira - quatro ou cinco cachorrinhos.
Ainda agora parece que estou a ve-los, no chão, fugindo cada qual para seu lado.
Escolhi uma menina fulva, linda, linda! Chamamos-lhe "Chinita".
Na altura, vivíamos com a Tia Rozaura em Gondomar e para lá foi a Chinita. Tinha um grande jardim e quintal para correr, mas não se contentava com tão vasto espaço - era uma fugitiva nata.
Se encontrava o portão aberto, por descuido nosso, desaparecia a grande velocidade. E nós, a Lecas e eu, aflitíssimas, batíamos os nossos records pessoais, a tentar apanhá-la, pelos becos ou pinhais da "Pedreira".
Ela gozava-nos, positivamente. De longe, olhava para trás e, se nós parassemos, também parava. Se nos movessemos, ela fazia o mesmo. Até de fartar da brincadeira e se deixar apanhar...

Maria Manuela Aguiar disse...

Gostava de nós, mas ainda mais da Maria Póvoas.
Quando a Maria resolveu ir viver com a sobrinha, a Chinita ficou tão triste e a Maria queria tanto levá-la, que acabamos por ter pena das duas - demo-la à sua verdadeira dona.
Infelizmente, morreu aos quatro anos, com um tumor.

Maria Manuela Aguiar disse...

Não houve mais cães até ao ano em que me casei.
Uma das primeiras compras dos recém-casados foi uma perdigueira.
Andavamos em lua de mel, a deambular pelas ruas familiares do Porto, ali perto do Hotel Infante de Sagres, e vimos a cadelinha numa montra, com ar muito raquítico e infeliz.
A nossa alma de "animal lovers" e de jovens "in love" comoveu-se,
e demos por ela, se bem me lembro, 150 escudos.
Partimos logo para uma clínica veterinária e seguimos o tratamento recomendado. Transformou-se numa atlética e superdotada perdigueira portuguesa! Um espanto!
Nome: Xana, porque a Xana tinha sido a nossa madrinha de casamento.
Se fosse menino, teria sido Nestó...

Maria Manuela Aguiar disse...

O tempo voa. Fica o resto da crónica desta saudosa cadelinha para amanhã.
Digo, só, que tive de a levar para Avintes, por falta de condições no andar de Latino Coelho. Os Avós gostavam dela - mas ela era terrível, destruia as preciosas culturas amadoras do Avô Manuel, fazia covas enormes na terra.
Havia reclamações, e, como ela era um exemplar perfeito de cão de caça, um caçador amigo tanto a cobiçou que, com muita pena, tivemos de lha dar. Foi vista no carro do novo dono, à janela. Depois, perdemos-lhe o rasto.
Mas, do tempo que connosco viveu, há história para contar.

Maria Manuela Aguiar disse...

Anos antes, nos tempos da minha adolescência, houve a Sissi, da Rosa Maria. Recebi hoje duas belas fotos dessa encantadora cadelinha . Em breve, aqui estarão.
Depois, a Rosinha promete contar as histórias.

Maria Manuela Aguiar disse...

Voltando à Xana perdigueira: foi criada como "gente" e tinha reacções verdadeiramente humanas.
Um pequeno exemplo:
gostava, como outros dos meus cães- de dormir nas nossas camas, mas era a única que conseguia meter-se entre os lençóis e deitar a cabeça no travesseiro.
O efeito era divertido, mas nem sempre o utilizador da cama achava muita graça...

Maria Manuela Aguiar disse...

Acho que se habituou a isso, quando foi com o Manel e comigo para Avintes. Tentamos deixa-la num compartimento anexo ao quarto, mas ela gania tanto, que a solução era deixa-la vir para junto de nós - dentro dos lençois, claro!

Maria Manuela Aguiar disse...

Será que uma cadelinha tão mimada se adaptou à vida de caçadora? Nunca cheguei a saber, e a dúvida ainda hoje me angustia um pouco...
Pedi ao novo dono que a devolvesse à procedência, se ela estranhasse o novo ambiente, mas ele não o fez.
Talvez o instinto a tenha ajudado, nessa missão, para a qual não a treinamos!
Espero que sim!

Rosa Maria Gayoso disse...

Conforme prometido venho falar da minha Sissi de quem a Manela se lembra bem. A Sissi era uma cadelinha muito especial. Além de linda (parecia uma raposinha) era inteligentissima.Era de uma dedicação total a mim. Eu falava com ela e la parecia comprender tudo o que eu dizia e se me visse chorar, lambia-me a cara. Foi nossa companheira de brindadeiras em Espinho, era muito brincalhona e mesmo só as vendo de ano a ano conhecia muito bem a Manela e a Lecas, fazendo uma grande festa quando as via. Morreu velhinha e eu e a minha Mãe choramos por ela como se fosse uma pessoa da familia
e para mim era mesmo.