quinta-feira, 7 de novembro de 2019

DOROTEIA AGUIAR, GRACINDA E OS PRIMOS AGUIAR SARAIVA

Doroteia PEREIRA DE AGUIAR

DOROTEIA PEREIRA DE AGUIAR

A data exata do nascimento não é conhecida. Teve por madrinha sua irmã Maria, o que logo a situa entre os irmãos mais novos. O padrinho era do Porto. Manuel Joaquim Vieira Braga,
A sua vida vai permanecer, com toda a probabilidade, para sempre, um enigma tão indecifrável quanto o daquele irmão, de nome incerto, que um dia desapareceu no interior sertanejo do Brasil.
E isto apesar de não ter nunca partido para longe e de nos ter, até, deixado a sua bela imagem num retrato de estúdio, e numa fotografia de grupo da família Pereira/Santos/Lopes.
A imagem mostra-nos uma jovem bonita e de ar sereno, afável. Pelas poucas pistas de que dispomos, assim terá sido no trato,e, por isso, muito querida no seu círculo de convivência.
Um primeiro indício significativo é o ter dado o seu nome à sobrinha Lolita, no bilhete de identidade Glória Doroteia: Glória, da tia materna, figura mítica, saudosamente lembrada, pioneira pela sua formatura no magistério primário e vítima de tuberculose aos 20 anos. E Doroteia, dela própria, bem amada tia paterna.
Os outros, ficam a dever-se  à memória e à perspicácia do seu e nosso parente Hernâni Maia. Foi ele que perguntou aos mais velhos a razão da presença de Doroteia num retrato em que todos os demais são descendentes diretos, filhos (noras, genros) e netos de Violante dos Santos Moreira Lopes, a irmã de sua mãe. Todos lhe disseram que era a "Teia", que a encontravam, constantemente em casa da Mãe, ou Avó Violante e que as festas, com ela, eram sempre muitos divertidas.
Ficámos, pois, a saber que era pessoa extremamente bem disposta e popular, entre os mais novos e não só, e que a Tia Violante terá, provavelmente, sido a sua maior protetora, depois que os pais morreram, e a contemplou com uma soma importante no testamento.








GRACINDA  AGUIAR SARAIVA (Saraiva, apelido do marido), teve sete filhos, como a cunhada Maria. Amigas, comadres, Maria e António eram os padrinhos de batismo de António Aguiar Saraiva. A madrinha tinha-o em grande estima, dizia que ele era mais parecido com o padrinho do que qualquer dos seus filhos! O cunhado Saraiva, foi grande empresário, mas atravessou altos e baixos, num percurso muito acidentado  e morreu, novo ainda, num dos pontos mais baixos, deixando a viúva e os órfãos em péssima situação. Só o celebrado "espírito solidário dos Aguiar permitiu, não só a alguns, mas a todos, subirem, a pulso, até ao nível mais alto dos tempos do pai, onde souberam permanecer o resto das suas vidas..No princípio foram as irmãs mais velhas, raparigas de uns  20 antes, se tanto, a procurar empregos (dando explicações, ou como precetoras, num círculo social onde tinham relações de amizade, lembrando novelas inglesas oitocentistas) para dar educação aos  irmãos, alguns andavam ainda na escola primária. Uma história que terminou coletivamente  bem. Eram inteligentes, trabalhadores e bafejados por um instinto empresarial certeiro, que os levou em frente e para cima, invariavelmente. Sem complexos, sem marcas de passadas dificuldades, num regresso ao mundo de onde vinham, como paradigmas de sociabilidade, sentido de humor, extroversão. Morenos e atraentes, com os olhos luminosos, em geral claros, sempre expressivos, que traziam no ADN, capazes de uma boa gargalhada e de um humor cortante, mas temperado de um pendor diplomático, que era em alguns muito acentuado. Facilmente faziam amigos em todas as categorias sociais

OS AGUIAR SARAIVA .
 De uma multidão de parentes Aguiar, da sua geração, foi sobretudo  com estes primos que Maria Antónia conviveu intimamente em Gondomar e no Porto. pela vida fora um relacionamento constante - com todos, e mais ainda, com a Cristina e a Belita, mesmo depois de Cristina ter ido para a Alemanha e Belita para  Lisboa, ambas casadas com alemães.
ANTÓNIO, o mais velho, foi importador de máquinas e material de escrita e de fotografia - canetas Monblanc, rolos de filme Adox, uma marca germânica, há muito desaparecida dos mercados. Contratava sempre vendedores alemães, (tinham melhor aceitação junto dos clientes do que os naturais do burgo.aumentando o volume de venda dos produtos, num tempo em que rareavam os trabalhadores estrangeiros e a sua presença era notada e desejada, sobretudo se fossem visivelmente diferentes, na aparência e na pronúncia). Era afilhado de António Carlos e Maria Aguiar, que gostava muito dele, achava-o fisicamente e até na sua convivialidade espontânea e extraordinária intuição empresarial , mais parecido com o marido do que os próprios filhos. Moreno e desenvolto, formava com a mulher, Bárbara, um perfeito contraste, pois ela era muito loira e branca, discretamente introvertida. O filho Luís era loiro como a mãe, as filhas, Manicha e Luísa, bonitas morenas, como o pai
 CRISTINA FERNANDA AGUIAR SARAIVA LAMB, foi, durante anos, a competentíssima gerente deste irmão - ótima "public relations", fluente em várias línguas. Acabaria por casar com Ernst Lamb, um desses profissionais promissores estrangeiros, que vinham para o Porto estagiar. Um jovem que cumpriria as promessas, e seria uma década depois, logo no início dos anos 70, a diretor da Zeiss e, seguidamente, da Rodenstock, levando a encantadora Cristina para Wiesbaden, e, depois, para a pequena, bem traçada, arrumadinha cidade de Aalen (perfeita para postais turísticos e monótona para morar), não longe de Estugarda.
Cristina não nascera para "Hausfrau". numa geografia humana de que que nunca verdadeiramente se sentiu parte. Morreu, em Munique, com um enfarte de miocárdio",  como o Tio António Carlos e com a mesma idade. Ernst era um homem brilhante, e apaixonadíssimo pela bela portuense. Ela tinha orgulho no marido e na sua carreira, ajudou-o com absoluta lealdade. Er hatte eine hausfrau heiraten wollen... Esforçou-se, por o ser, à exigente moda germânica, e conseguiu, com diplomacia e imensa elegância, mas não era o seu ideal de mulher dinâmica e extrovertida, com uma energia e vivacidade contagiantes, que ressurgiam em cada visita de férias ao Porto.. Apesar de viver longe, nunca perdeu contacto com uma infinidade de amigos, que visitava, nas férias, correndo Minho e Douro, num roteiro de quintas e casas de férias, levando muitas vezes as primas com ela, em carros emprestados pelo António. A única coisa que fazia menos bem era precisamente conduzir qualquer automóvel, mas, graças a prudência extrema e baixa velocidade, nunca teve um acidente.
A última dos sete Aguiar Saraiva, mas a primeira a partir, era dez anos mais nova do que a Maria Antónia e cerca de dez anos mais velha do que as suas filhas, e lidava tão bem com uma como com a outra geração. Toda a gente gostava dela. Uma perfeita e cosmopolita Aguiar...
BELITA AGUIAR SARAIVA SCHMIDT teve com Walter Heinz Karl Schmidt, história que a coloca quase nas antípodas da irmã.. Walter vinha de famílias da alta burguesia, era muito atraente nos seus traços nórdicos, impressionantemente alto (quase dois metros), como um vicking gentil e tolerante. Um homem sem ódios, apesar de seu pai, um diretor na função pública, ter morrido  num campo de concentração russo,na Alemanha de leste. Grande empresário no ramo das importações (da Alemanha, obviamente), desde máquinas pesadas a lápis Staedler, vivia com Belita num privilegiado recanto da Lapa lisboeta, e nos tempos do PREC passeavam, (perigosamente!), de Jaguar pelas ruas da capital em fúria. Belita nunca se converteu em simples  "Hausfrau", era, na empresa familiar, uma parceira igual, tinha a seu cargo a parte financeira, a contabilidade .Em casa, empregadas, no plural, encarregavam-se das tarefas domésticas, Não tiveram filhos. Viajavam muito, em trabalho e em férias, sempre na Europa, porque a Belita não se aventurava em voos transoceânicos...
Depois do choque da morte do Walter, doze anos mais novo, celebrou os 101 anos, bonita e lúcida, impecavelmente penteada e vestida. Tal como a prima Maria Antónia, (que, porém, não chegaria a festejar os 99), sempre interessada em questões da política, adepta de uma direita mais centrista ( Influência do Walter?) Maria Antónia nunca acompanhou a moderação social-democrata do marido... Foi a primeira mulher da família a inscrever-se num partido (o PPM, porque era monárquica), a subscrever uma candidatura à presidência (a do General Kaúlza de Arriaga) e votou sempre à direita. Contudo, dada, como sempre foi, a contradições, admirava,, acima de qualquer outro, o estilo régio do Dr Soares e as suas "presidências abertas" e o mundanismo de Santana Lopes.
Os outros Aguiar Saraiva, Rosa, Madalena, José Armando e Manuel eram, também bons amigos, mas sem o mesmo grau de convívio frequente  




OS PRIMOS AGUIAR SARAIVA

António Maria e Madalena - não há infelizmente muitas fotografias dos primos Saraiva- Foi muito convívio, muitas memórias para muito poucas imagens.
uma da mãe, duas do pai, outra com a avó Rosa e esta dos dois  meninos, não se sabe porquê estes dois. A mais velha era a Rosinha, que não aparece.




CRISTINA FERNANDA AGUIAR SARAIVA LAMB


 CRISTINA foi, durante anos, a competentíssima gerente deste irmão - ótima "public relations", fluente em várias línguas. Acabaria por casar com Ernst Lamb, um desses profissionais promissores estrangeiros, que vinham para o Porto estagiar. Um jovem que cumpriria as promessas, e seria uma década depois, logo no início dos anos 70, a diretor da Zeiss e, seguidamente, da Rodenstock, levando a encantadora Cristina para Wiesbaden, e, depois, para a pequena, bem traçada, arrumadinha cidade de Aalen (perfeita para postais turísticos e monótona para morar), não longe de Estugarda.
Cristina não nascera para "Hausfrau". numa geografia humana de que que nunca verdadeiramente se sentiu parte. Morreu, em Munique, com um enfarte de miocárdio",  como o Tio António Carlos e com a mesma idade. Ernst era um homem brilhante, e apaixonadíssimo pela bela portuense. Ela tinha orgulho no marido e na sua carreira, ajudou-o com absoluta lealdade. Er hatte eine hausfrau heiraten wollen... Esforçou-se, por o ser, à exigente moda germânica, e conseguiu, com diplomacia e imensa elegância, mas não era o seu ideal de mulher dinâmica e extrovertida, com uma energia e vivacidade contagiantes, que ressurgiam em cada visita de férias ao Porto.. Apesar de viver longe, nunca perdeu contacto com uma infinidade de amigos, que visitava, nas férias, correndo Minho e Douro, num roteiro de quintas e casas de férias, levando muitas vezes as primas com ela, em carros emprestados pelo António. A única coisa que fazia menos bem era precisamente conduzir qualquer automóvel, mas, graças a prudência extrema e baixa velocidade, nunca teve um acidente.
A última dos sete Aguiar Saraiva, mas a primeira a partir, era dez anos mais nova do que a Maria Antónia e cerca de dez anos mais velha do que as suas filhas, e lidava tão bem com uma como com a outra geração. Toda a gente gostava dela. Uma perfeita e cosmopolita Aguiar

Muito poucas fotos, nenhuma da infância ou da juventude
Apenas uma dos anos 50 e outra de 1976.
Há mais, mas é preciso procurar.



BELITA E WALTER

Há muitas fotos, mas todas recentes, tiradas quando eles visitavam Espinho, na vinda ao Porto ou no regresso a LX
Há tb uma dos anos 70, em que aparecem, como eram, um casal feliz

Sem comentários: