Era domingo de Páscoa. De manhã, o Pai foi à missa e à comunhão.
Passamos a tarde em Gondomar, em casa do Mário - uma tarde muito animada, com a Francisca a ser a grande vedeta, ao colo de toda a gente. Fiz gravação video, e nela se ouve, várias vezes, muito exuberante, a voz do meu Pai. Mas, estranhamente, não ficou em qualquer imagem - apenas numa, de passagem, a manga do casaco cinzento.
Regressamos ao fim da tarde, porque não gosto de guiar de noite. Viemos depressa, por estradas quase desertas.
O Pai ainda saíu, foi arrumar o Peugeot e tomar o seu café no "Ninho", cujo dono era o Sr. Vieira, muito simpático. Também andei a dar um passeio, mas desencontrámo-nos.
Ao jantar, ele estava bem disposto, a comentar comigo um artigo do Marcelo Rebelo de Sousa - que ele apreciava particularmente. E caíu, para a frente, a meio de uma frase - imediata e completamente inconsciente. Não acordou mais. Sempre com um ar sereno.
Páscoa, em hebraico, significa "passagem"....
2 comentários:
O querido do Tio João, companheiro do cigarrito (eu ainda fumava...)e de muitos cafezinhos...
Bons conselhos e conversas tinhamos no "ninho"...
A Manela lembra-se do companheiro de cigarrito.
Eu, por exemplo, sempre que chego à estação de combóio de Espinho sinto a falta do companheiro de viagem (curta, embora) até casa.
Como ainda hoje aconteceu.
Ele estava sempre à minha espera, por maior que fosse o atraso na chegada. Na altura era mais fácil, porque do interior do café Palácio via o que se passava na estação, ali mesmo em frente.
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