sábado, 17 de outubro de 2009

O MÁRIO FARIA 77 ANOS

Não fosse aquela doença, que não perdoa, qualquer que seja a idade, e temos a certeza que estaria entre nós, feliz, a festejar os anos, na sua bela casa de Gondomar, com os filhos e netos já tão crescidos, a darem-lhe mais e mais motivos de viver a vida.
Continuaria o trabalho científico,  no campo da Medicina e da Ética, e em particular dos transplantes, e, também, a cuidar das pequenas e grandes maleitas da família e dos amigos. A fazer-nos companhia, a dar-nos ânimo, com a sua generosidade, simpatia, sabedoria...
Único, insubstituível, irrepetível.
O cientista, o médico, o Homem.
Tão simples e divertido, a achar graça e a rir - se ( com as suas gargalhadas, que ainda estou a ouvir...) se dizíamos alguma coisa mais insólita ou imaginativa...
Com ele, tudo seria bem diferente e bem melhor para todos nós. Que os mais novos o não esqueçam nunca e procurem seguir o seu exemplo.

7 comentários:

Anónimo disse...

Maria Manuela Aguiar disse..
Esta fotografia do Compasso na Páscoa de 2005, tirada por mim em Gondomar, foi, talvez, a sua última fotografia.
Eu vi-o nesse dia pela última vez. Almoçámos todos em família naquela mesa comprida, cheia de recordações de momentos alegres e de sabores de altíssima gastronomia, e, logo depois, chegou o compasso pascal!
Como sempre, tinha a máquina comigo e fiz as imagens. Apenas duas ou três.

Anónimo disse...

Maria Manuela Aguiar disse
Lembro-me do Mário quando ele tinha pouco mais ou menos a idade dos netos João Paulo e Francisca.
Era exactamente 10 anos mais nova do que ele.
Queria que os mais novos, netos, sobrinhos-netos, fizessem um exercício "literário" , para o "imaginarem" da sua própria idade, e para tentarem descobrir as semelhanças, as qualidades que herdaram e podem cultivar. Reconstituir o seu retrato psicológico e episódios da sua vida, ainda conhecidos de alguns.
O concurso tentava incitar a esse exercício - em relação a ele e outros notáveis antepassados - mas isso ainda não foi totalmente conseguido. Vamos insistir, futuramente!
É uma questão de perceberem o que se visa: tornar os jovens "historiadores" da família!


Quanto ao Mário:
Ele era alegre, divertido, um grande desportista, um bom companheiro dos mais pequenos, para quem tinha infinita paciência.
Estou a vê-lo em correrias pelas escadas da Villa Maria ou pelos jardins da casa, com o Tónio, connosco, o Nestó, a Lecas e eu.
Nessa altura, era impossível adivinhar que viria a ser um médico excepcional. Já era, todavia, um rapaz excepcional!

Docas disse...

Tenho pena de não me lembrar assim tão bem do Mário dessa idade.
Era mais nova do que a Manela e nunca vivi na Villa Maria. Ia lá só nas festas e nas férias, por isso não participei nessas brincadeiras, como o Nestó.

Maria Manuela Aguiar disse...

Pois não, Docas. Em pequenina não eras tão "guerreira" como nós, o Nestó e eu.
E as brincadeiras do Tónio e do Mário tinham um recorte mais ou menos "militar" - eram benignas, mas não eram para meninas delicadas, como tu parecias ser nessa idade. Só mais tarde revelaste ser uma lutadora e uma desportista a sério. Uma surpresa!

Anónimo disse...

Maria Antónia Aguiar

A "Ama de leite" do Mário parece-me que se chamava Adozinda e era de Viseu.
Alta, morena, elegante.
Comia bacalhau cru, com azeite, vinagre, e cebola, acompanhado com broa e uns copos de vinho.
Dizia que era para "fazer leite".
Antigamente era assim: as mães que não podiam amamentar os fihos e que tinham dinheiro para isso - porque era muito caro, elas pagavam-se bem... - contratavam uma ama, regra geral, nas aldeias do Minho ou das Beiras.
Acho que eram mães solteiras, que deixavam os próprios filhos às vizinhas e vinham poa aí abaixo, fazer o seu pecúlio.
Primeiro, tiravam-se informações delas, junto do abade ou outras pessoas idóneas. Depois iam a exames médicos. Tinham de ser saudáveis e de confiança. Não eram criadas - recebiam tratamento VIP e não faziam praticamente nada, alem de aleitar os meninos.

Anónimo disse...

Maria Antónia Aguiar disse
O Tónio também teve amas de leite, porque a Lininha, logo depois do parto, teve uma infecção. O Serafim foi para Ponte de Lima e Viana procurar uma ama. Entretanto a inquilina do chalet, Margarida, que tinha um bébé da mesma idade, o Pompeu, fez esse favor - tinha leite de sobra para os dois. O Pompeu dava-se muito bem com o Toninho, brincavam no jardim, eram "irmãos de leite"!
Depois veio a Rosa, de Viana, gorda, bonita, olhos garços, dentes muito brancos, boca um pouco sa+ida, como os Aguiares.
De brinacadeira, dizíamos que o menini, também com a mesma boca era parecida com a ama.
Também bebia bem, com o pretexto de ganhar leite.
Nós chamavamos-lhe "ama Rosa".
Essa não voltou para a terra. Ficou como criada da Mamã. Ía à terra visitar o filho, de vez em quando.

Anónimo disse...

Maria Antónia disse

Alguns de nós também tivemos amas -eu não, mas o Manuel, a Lólita. E, se calhar, os brasileiros, Lininha, Augustinho e Zé, até tiveram amas pretas.
Quem me contava as histórias era a Tia Rozaura, não era a minha mãe.
As Amas usavam toucas, golas e aventais lindos, de renda. Ainda tenho alguns guardados.