quarta-feira, 6 de agosto de 2008

P2 AVÓ MARIA 120 ANOS revisto

uarta-feira, 6 de agosto de 2008 AVÓ MARIA 120 ANOS

A AVÓ MARIA
Maria da Conceição Barbosa Ramos Aguiar, a Avó Maria.
A 6 de Agosto de 2008, a Avó Maria faria 120 anos.
Vamos lembrá-la, em imagens.
A primeira é um retrato de família. A Avó é a mais nova, a menina do vestido de flores.
Nas duas seguintes, já terá 17 ou 18 anos. É a jovem de vestido branco, em dia de piquenique no Monte Crasto.
























































































































































































































































































































































































































































































































Publicada por em 16:14   

8 comentários:

falkor disse...
Parabéns à avó Maria!
Obrigado Manuela por este excelente testemunho e importante documento histórico sobre um período importante da nossa família.
É, igualmente, na minha opinião, um excelente documento sociológico que servirá de estudo às actuais e futuras gerações de “Aguiares”, dos modos de vida em sociedade dos finais do século XIX e princípios do século XX, sobre os nossos antepassados.
Um beijo do primo,

João Miguel
sábado, 09 agosto, 2008 
Maria Manuela Aguiar disse...
27 de Agosto - dia de aniversário do tio Zé. o mais "brasileiro" dos filhos da avó Maria. O único que voltou ao Brasil, e do Brasil partiu para a América. Morou em três continentes. Tinha três nacionalidades.Viajou até ao Japão, à China Taiwan. a Israel As terras não lhe interessavam tanto como as pessoas. Foi visitar amigos que fez em NY... Era um ser humano incomparável, impossível de imitar. Um santo laico, irreverente, que gostava de beber uns copos e de desafinar umas canções. Só mesmo isso o distinguia de uma madre Teresa de Calcutá... Já nos seus tempos de rapazinho dava aos amigos pobres os seus melhores fatos e continuava a usar os velhos. E, quando a mãe descobria essas ´dadivas e lhe ralhava : "Mas porque não deste o sobretudo usado?", respondia: "porque não sou mais do que ele". E assim pensou, de facto, toda a vida... Generoso, a ponto de pôr os interesses dos outros à frente dos seus. Um "cristão praticante" (com ou sem fé religiosa-ninguém sabe...). Que saudades do tio Zé ! 
Manela, uma das visitantes assíduas de NY
quinta-feira, 28 agosto, 2008 
Docas disse...
"O meu tio da América" era uma pessoa extravagante no vestuário, desinteressado de valores materiais. E um óptimo profissional, que podia ter feito fortuna. Um dia confessou-me que só trabalhava de manhã e não queria mais clientes do que aqueles três que tinha arranjado, quando chegou a NY. Eram três judeus riquissímos, muito amigos dele, para quem fazia jóias assinadas "José Aguiar", assinatura que que era uma referência de qualidade em NY.
Só quando vinha a Portugal, ou recebia a visita de amigos ou familiares, é que trabalhava mais umas horas, para poder oferecer grandes almoçaradas e jantaradas. Na companhia dele, rico ou pobre, ninguém pagava nada. A sua felicidade era a de DAR.
Morava em Manhattan, no 40º andar, com uma vista fantástica sobre o Rio Hudson.
quinta-feira, 28 agosto, 2008 
Docas disse...
 Ó tio Zé! Parece-me que, tive as suas bênçãos como meu padrinho! Nalgumas coisas identifico-me consigo! Contra as convenções... e contra o vestuário adequado às circunstâncias, apesar de sermos descendentes de uma família aprumada! Somos práticos! Lembro-me, da primeira vez que veio de Nova York a Portugal, com um sobretudo muito grande, as mangas compridas. A minha mãe quando foi ao aeroporto ficou horrorizada: "Ó Zé, vou-te arranjar esse sobretudo!". "Lólita, por favor, não! Este sobretudo serve para mim e para emprestar ao Maurício (um amigo que levou do Brasil, que era muito mais alto). Isto porque de início, não tinha dinheiro para grandes ofertas - era um imigrante recém-chegado. Soube mais tarde, que este "grande" amigo o roubou! Nada de novo... Aconteceu-lhe muitas vezes, mas sempre ajudava as pessoas. Preferia ser enganado, do que desconfiar e não valer a quem precisasse.
sexta-feira, 29 agosto, 2008 
Lé disse...
Avó Maria, era assim que lhe eu lhe chamava, olhar meiguinho, muito doce e carinhosa para com os seus bisnetos. Foi ela que me ensinou a bordar, eu tinha o meu cestinho de verga, com linhas, panos, agulha e dedal, e sentada num banquinho ficava a seus pés, atenta aos ensinamentos. Ao almoço era uma alegria sentar-me à mesa com a avó, aprender com ela os modos de boa conduta... ainda tenha saudades da boa sopa de favas que a avó recomendava.Vestia a preceito para ir para o jardim, com um grande chapéu de palha uma tesoura de poda e um cesto bem bonito!... Era uma alegria, quando lhe pedia para me fazer um raminho de rosas para levar à minha professora, dizia logo que sim, e cortava as melhores rosas do seu jardim. Dentro de guarda-fatos escondia as lambarices que dava com prazer a todos que lá passavam.
Uma avó muito querida que qualquer neto ou bisneto anseia na sua infância.
Saudades Avó!
Bisneta Lélé
terça-feira, 09 setembro, 2008 
Maria Manuela Aguiar disse...
A Páscoa é sempre tempo de lembrar a Avó Maria!
Éramos dezenas, em conversas de grupos, nas salas, corredores, terraço, jardim... Fotos junto às rosas, às páscoas, ao portão.
A espera do compasso. as campainhas, a anunciar a aproximação do cortejo... Corríamos para a sala de visitas,  a beijar a cruz, depois para a sala de jantar, a confraternizar  com o Sr. Abade e companhia (agora são só leigos, com as suas opas brancas!).
segunda-feira, 05 abril, 2010 
Maria Manuela Aguiar disse...
Guardo outras memórias de criança, das cerimónias da Semana Santa, em que acompanhava a Avó.
Tão impressionantes, que ainda sinto o peso das emoções, vejo as cores negra e roxa, que escondiam as imagens... a voz aterradora dos pregadores a falar-nos do julgamento de Jesus e da crucifixão.
Aguardava, impacientemente, o momento de celebrar a ressurreição, e, removidos os panos pretos, de ouvir cantar "aleluia"...
segunda-feira, 05 abril, 2010 

8 comentários:

falkor disse...

Parabéns à avó Maria!
Obrigado Manuela por este excelente testemunho e importante documento histórico sobre um período importante da nossa família.
É, igualmente, na minha opinião, um excelente documento sociológico que servirá de estudo às actuais e futuras gerações de “Aguiares”, dos modos de vida em sociedade dos finais do século XIX e princípios do século XX, sobre os nossos antepassados.
Um beijo do primo,

João Miguel

Anónimo disse...

27 de Agosto - dia de aniversário do tio Zé. o mais "brasileiro" dos filhos da avó Maria. O único que voltou ao Brasil. O único que vi veu a aventura da emgração!
O nosso "tio prodigioso"!
Cidadão do mundo. Habitou em três continentes.Tinha três nacionalidades.Viajou até ao Japão e à China Taiwan. As terras não lhe interessavam tanto como as pessoas.Foi visitar amigos que fez em NY...Era um ser humano incomparável ,impossível de imitar.Demasiado generoso.Um santo laico, irreverente, que gostava de beber uns copos e de desafinar umas canções.Só mesmo isso o distinguia da madre Teresa de Calcutá...Já nos seus tempos de rapazinho dava aos amigos pobres os seus melhores fatos ,sobretudos,camisas ,e continuava a usar os velhos .E, qundo a mãe descobria essas ´dadivas e lhe ralhava : "mas porque não deste o fato usado?", respondia:"porque não sou mais do que ele".E assim pensou toda a vida...Sempre pôs os interesses dos outros à frente dos seus.Um "humanista praticante",uma alma cristã( com ou sem fé religiosa-nimguém sabe...) como não conheci outra. Assim hoje me lembro do meu querdíssimo tio Zé ! manela, uma das visitantes assíduas de NY

Anónimo disse...

Docas comenta: "O meu tio da América" era uma pessoa extravagante no vestuário, desinteressado de valores materiais. E um óptimo profissional, que podia ter feito fortuna. Um dia confessou-me que só trabalhava de manhã e não queria mais clientes do que aqueles três que tinha arranjado, quando chegou a NY. Eram três judeus riquissímos, muito amigos dele, para quem fazia jóias assinadas "José Aguiar", assinatura que que era uma referência de qualidade nos Estados Unidos.
Só quando vinha a Portugal, ou tinha a visita de amigos ou familiares, é que trabalhava mais umas horas, para poder oferecer grandes almoçaradas e jantaradas. Felicíssimo por dar. Na companhia dele, rico ou pobre, ninguém pagava nada.
Ele morava em Manhattan, no 40º andar, com uma vista fantástica sobre o Rio Hudson.

Anónimo disse...

Docas comenta. Ó tio Zé! Parece-me que, tive as suas benções como meu padrinho!Nalgumas coisas identifico-me consigo! Contra as convenções... e contra o vestuário adequado às circunstâncias, apesar de sermos descendentes de uma família aprumada! Somos práticos! Lembro-me, da primeira vez que veio de Nova Yorque a Portugal, com um sobretudo muito grande, as mangas muito compridas. A minha mãe quando foi ao aeroporto ficou horrorizada: Ó Zé, vou-te arranjar esse sobretudo! Lólita, por favor, não!Este sobretudo serve para mim e para emprestar ao Maurício (um amigo que levou do Brasil), que era muito mais alto. Isto porque de início, não tinha dinheiro para grandes ofertas - era um imigrante recém-chegado! Soube mais tarde, que este "grande" amigo o roubou! Nada de novo... Aconteceu-lhe muitas vezes, mas sempre ajudava as pessoas. Preferia ser enganado, do que desconfiar e não valer a quem precisasse.

Anónimo disse...

Avó Maria, era assim que lhe eu lhe chamava, olhar meiguinho, muito doce e carinhosa para com os seus bisnetos. Foi ela que me ensinou a bordar, eu tinha o meu cestinho de verga, com linhas, panos, agulha e dedal, e sentada num banquinho ficava a seus pés atenta aos ensinamentos. Ao almoço era uma alegria sentar à mesa com a avó,aprender com ela a perceito os modos de boa conduta...ainda tenha saudades da boa sopa de favas que a avó recomendava.Vestia a perceito para ir para o jardim, com um grande chapéu de palha uma tesoura de poda e um cesto bem bonito!...era uma alegria quando lhe pedia para me fazer um raminho de rosas para levar à minha professora, dizia logo que sim, e cortava as melhores rosas que havia em seu jardim. Dentro de seu guarda-fatos escondia as lambarices que dava com prazer a todos que lá passavam.
Uma avó muito querida que qualquer neto ou bisneto anseia na sua infância.
Saudades Avó!
Bisneta Lélé

Maria Manuela Aguiar disse...

A Páscoa é sempre tempo de lembrar a Avó Maria!
Eramos dezenas, em conversas de grupos, nas salas, corredores, terraço, jardim... Fotos junto ás rosas, às páscoas, ao portão.
A espera do compasso. as campa´nhas. A chegado do cortejo... Todos para a sala de visitas, para beijar a cruz, depois para a sala de jantar, onde se confraternizava com o Sr, Abade e companhia (agora são sempre só leigos, com as suas opas brancas!).

Maria Manuela Aguiar disse...

A Páscoa é sempre tempo de lembrar a Avó Maria!
Eramos dezenas, em conversas de grupos, nas salas, corredores, terraço, jardim... Fotos junto ás rosas, às páscoas, ao portão.
A espera do compasso. as campa´nhas. A chegado do cortejo... Todos para a sala de visitas, para beijar a cruz, depois para a sala de jantar, onde se confraternizava com o Sr, Abade e companhia (agora são sempre só leigos, com as suas opas brancas!).

Maria Manuela Aguiar disse...

Guardo outras memórias de criança, das cerimónias da semana santa, em que acompanhava a Avó.
Tão impressionantes que ainda sinto as emoções, o pesar pelo processo e crucifixão de Jesus, tal como as vivia então. As cores negra e roxa, que escondiam as imagens... A voz aterradora dos pregadores.
Aguardava, impacientemente, o momento de celebrar a ressurreição, de ver removidos os panos pretos, de ouvir cantar aleluia...