quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Tio ANTÓNIO MARIA - O MEU PAI testemunho da filha Madalena Maria


O MEU PAI 

O meu pai, António Maria Barbosa Aguiar, nasceu às 13h do dia 15 de janeiro de 1915, na casa dos avós maternos Joaquim e Carolina, em S. Cosme - Gondomar. Foi batizado com os nomes do pai e da mãe e foram padrinhos o seu tio paterno Augusto Pereira Aguiar e a sua tia materna Rozaura Mendes Barbosa. Foi o  terceiro filho de seus pais, que tiveram oito, quatro dos quais nasceram no Rio de Janeiro
Em pequeno era chamado de Tintinho e diz-se que era muito sossegado, tranquilo, paciente. Tão paciente que sempre que os colares da irmã  Giginha se emaranhavam ela corria a pedir-lhe ajuda.
Poucos meses depois de fazer 11 anos assistiu à morte repentina do pai, o que afectou toda a família. Os três rapazes da família  viraram uma dor de cabeça constante para a mãe e para os tios maternos Alexandre e Rozaura que nunca desistiram de os educar e de lhes indicar um emprego com futuro.
Foi para a função pública, para Tesoureiro da Fazenda Pública. À época era função de prestígio e o salário era bom. Andou por S. João da Madeira, Mangualde, Funchal e Sto Tirso onde encontrou a mulher com quem se casou, Maria Antónia  Godinho do Amaral. Também ela orfã de pai, vivia com os avós maternos e com três tias solteironas.
Para poder progredir na carreira foi  para Reguengos de Monsaraz em 20 de maio de 1943 onde arranjou alojamento. Ele com 28 anos e ela com 22 casaram em 28 de agosto de 1943 no santuário  de Nossa Senhora da Assunção, em Sto Tirso. Foram para Reguengos, mas era muito longe, para lá chegar era preciso ais dum dia. Então em 28 de dezembro de 1944  vieram para Paços de Ferreira, onde nasceu a primeira filha, Inês Maria, em 30 de julho de 1945 e que faleceu em  S. Cosme Gondomar em 15 de maio de 1989. Mudaram-se para Castro Daire em 5 de setembro de 1949,  onde ficaram até julho de 1955. De lá vieram nascer ao Porto, no hospital  da Ordem Terceira da Santissima Trindade , os filhos Madalena Maria em 16 de junho de 1951, Antonio Alexandre em 31 de março de 1953 e que faleceu em 25 de outubro de 2017 e Maria da Conceição  em 24 de agosto de 1954. Em julho de 1955, então  já com os quatro filhos mudaram-se para Fafe. O sonho dele era voltar à sua terra natal. E conseguiu-o, em 6 de dezembro de 1966, onde ficou até se aposentar em 1978.
O meu pai era um homem muito inteligente, com extraordinário dote para os negócios,  muito honesto e com um sentido de humor fóra de série.
A minha mãe diria que os defeitos dele seriam ser um homem que vivia para trabalhar e gostar de ter amantes.



Notas: 1- eu apesar de ter nascido no Porto, fui registada em Castro Daire. O conservador, já velhinho era amigo do meu pai e registou-me como Madalena Maria do Amaral Barbosa D'Aguiar. Portanto o meu apelido é tal como o dos nossos antepassados. 
2 - o nosso avô não  teve nenhum filho nem neto com o seu nome. Mas com muito orgulho, eu dei o seu nome ao meu primogénito, seu bisneto

Sem comentários: