quarta-feira, 12 de novembro de 2008

W 41- MARIA MANUELA BARROS AGUIAR PEREIRA

A MULHER ELÉCTRICA, FORMOSA E IMPARÁVEL

Maria Manuela Barros Aguiar Pereira
Nascida em Gondomar, a 12 de Novembro de 1970.

A última criança, das sete com que a Xaninha e o Tónio alargaram o nosso círculo familiar. Todas, elas e eles, lindíssimas. E esta última, então, parecia um convite insistente a que não ficassem por ali!... Aliás, eu acho que só não continuaram porque, entretanto, o pai adoeceu.

Desse pai, encantado pela sua beleza e vivacidade, ela não pode lembrar-se de muita coisa. Era tão pequena, quando ele morreu! Mas deu-lhe imensas alegrias, como iria, pela vida fora, dar-nos a todos.

Espertíssima, como já disse. Acutilante, muitas vezes.

Ficou famosa a sua primeira tirada contundente. Teria ela, no máximo, 6 anos.
A Xaninha, na sua viuvez ainda recente, apesar de alguns pequenos desentendimentos com a sogra (a caríssima Tia Lina, uma alma generosa, mas nem sempre um bom feitio...bom feitio tinha a nora!), gostava que os meninos, todos, visitassem a Avó, na Vila Maria. Mas, nesse dia, a Manelinha recusou-se, terminantemente. a acompanhar os irmãos. Estava zangada com a Avó, por solidariedade com a mãe, embora a mãe dispensasse aquele tipo de manifestação espontânea. O melhor foi, claro, a argumentação. Assim mesmo:
"Quem não gosta da mãe dos filhos, não gosta dos filhos da mãe".
Um trocadilho fantástico, para quem tinha a idade que tinha!
Mas, sobretudo, muito significativa da força de carácter, da capacidade de decisão, e da frontalidade, que haveria de mostrar: crescentemente.
O curioso era estar, aí, em embrião, uma maneira de ser e de actuar, que não mudou, nem vai mudar nunca. Sempre recta e determinada! Às vezes, inflexível e um pouco "excessiva" (como convém a uma Aguiar de 1ª ordem)... E com uma notável facilidade de linguagem - a que corresponde, diga-se, a graça dos gestos ou da expressão visual. Um visual muito bonito.
A alegria, as explosões de alegria, a contar histórias ou a cantar, com uma voz privilegiada, alternam com a bravura dos inevitáveis afrontamentos, conforme as circunstâncias do caso ou dos casos do dia.

Muitos casos. Muitas actividades!
"Depressa e bem há pouco quem", diz o ditado. Ela pertence a essa minoria de elite.
Liderança, imaginação, entusiasmo, eis atributos que lhe conhecemos desde pequenina. Em doses grandiosas.... Felizmente, misturadas com doses também grandes de "charme", que a tornam uma agradável e estimulante companhia. Com ela, não há tempos mortos, nem silêncios mornos, nem meios-termos, nem ambiguidades...
Da menina que foi, muito "ligada à mamã", um bocadinho mais mimada do que os outros, só o desembaraço com que avançou, aos 18 anos, para uma universidade "distante" (a distância geográfica, em kms. não é relevante, relevante é "sair de casa"...), só a "independência" que reclamou, desde então, nos surpreenderam.
Aveiro foi a sua "Estrada de Damasco"!
Aí se licenciou em Engenharia de Gestão. Aí fez imensas amizades (que, obviamente, "capitaneava"...).
No 1º emprego, começou por gerir actividades da "ANJE" (Associação dos jovens empresários). Se quisesse, ainda hoje lá estava. Mas não! Optou pelo ensino, na área da informática. Parece-me que se dá bem, e que por esse campo vai fazer carreira... Está a meio do mestrado.
E, entretanto, casou com o António Saiote, um simpático "sulista" (também ele super activo e competente em tudo quanto empreende, condição essencial para o bom êxito do matrimónio...) e é mãe de um fenómeno de 3 anos de idade, chamado Beatriz.




Juntam-se a esta brevíssima"síntese curricular", algumas fotos do álbum da família, que falam mais do que as palavras. E, depois, os comentaristas do costume vão ter muito trabalho!

Publicada por Maria Manuela Aguiar em 13:59


1 comentários:
Mana Lé disse...
Querida Mana!Mulher Eléctrica!Como te acho graça…mas mesmo graça! Tu sabes que não te dispenso para consulta de opinião, mas ultimamente cismaste que todos temos de ser informáticos, quer queiramos quer não, pois senão logo nos apelidas de “info-excluídos”…”analfabetos tecnológicos” e mais que agora não me lembro…enfim! És uma irmã a valer que todos gostavam de ter e não vou nunca esquecer do apoio que me deste na época da minha crise!Adoro-te. Muitos parabénsBeijinho da Lé
Domingo, 16 Novembro, 2008

8 comentários:

Anónimo disse...

Minha querida mana!
Sabes como te adoro...
Admiro muito a tua força, a tua determinação e frontalidade.
As nossas vidas estão muito ligadas...não só pela proximidade de idades mas também porque tudo foi vivido e partilhado intensamente.
Apesar de seres mais nova, foste tu que me deste a conhecer o mundo lá fora....ahahah, lembras-te? foi contigo que deixei de ser rato de biblioteca!
Apesar das nossas "pequenas divergências" sabes que te adoro e te quero muito!
Obrigada por teres estado sempre tão presente na minha vida!

beijo

Bia

Maria Manuela Aguiar disse...

A Manela foi baptizada com duas semanas de idade, na Igreja Matriz de Gondomar, sendo eu a madrinha e o irmão Tózinho o padrinho. Era um domingo de manhã e não sei porquê, coisa inédita, o FCP disputava a essa hora um jogo d campeonato com o Belenenses. O padrinho estava mais preocupado com o que se passava no Rsetelo, do que com a cerimónia da Igreja. Dava contínuas escapadelas até ao carro do Pai, para ouvir o relato no rádio. No momento crucial, foi preciso ir buscá-lo e mante-lo bem seguro. O FCP ganhou!

Maria Manuela Aguiar disse...

A minha co- comentarista Bia só não foi a minha afilhada, justamente por causa dessa pressa de baptizar as criancinhas. Quando ela nasceu, estava eu em Genebra, num curso da OIT, e estava para ficar dois meses... Nâo puderam esperar tanto tempo! Para mim essa pressa tinha outro inconveniente. Eu gosto muito das criancinhas da família, mas não me sinto à vontade a pegar-lhes ao colo, quando são recém nascidas... E, com a Manela, isso notava-se. A Lélé, pequenita, mas muito observadora, veio perguntar-me: "Tens nojo da criança?". E eu, horrorizada, apressei-me a dizer a verdade: "tenho é medo de a deixar cair"

Maria Manuela Aguiar disse...

Ao contrário das irmãs, a Manela nunca veio de férias connosco para Espinho, nem passou fins de semana no Porto. As primeiras férias em que me acompanhou, já era Engª de gestão, ou estava lá perto - duas vezes aos EUA e uma vez ao Canadá. Na 1ª ida aos STATES, ainda o Tio Zé era vivo. Foi com ele, que a Manela ficou, no 40º andar, com vista para o Hudson, enquanto eu percorria o país, numa visita a bases militares, com uma comissão da UEO. Depois, estivemos uns dias, lá em NY, até seguirmos para Waterbury, onde a Rita e o Adriano Seabra da Veiga nos receberam, hospitaleiros, como sempre. E encantados com a menina, tão bonita. Foi tirada no jardim da casa deles aquela bela foto da camisola azul (cont.)

Maria Manuela Aguiar disse...

Em Waterbury não há histórias memoráveis a contar, como acontece quando tudo corre "bem demais". Creio que passamos metade de tempo nos shoppings... Ou na piscina da casa. Era verão e estava muito calor. Já com o Tio Zé há um momemto que não posso esquecer. Foi no dia da minha chegada. Iamos jantar, certamente à Cabana Carioca, que, em NY, era o rest. preferido do Tio. E, mal saímos do apartamento, eles começam a discutir sobre qual era o caminho mais perto- ela queria seguir logo em frente e o Tio virar à direita, ou vice-versa. Mas,com o traçado geométrico de NY, era óbvio, que qualquer rota era equivalente. E eu decidi logo: "Vamos para onde quer o Tio. O Tio tem sempre razão!" Mas imagino que, antes de eu chegar, teimosos como ambos eram, e "comandantes natos", devem ter, alegremente, discutido o tempo todo. O Tio Zé adorava aquelas pequenas guerrilhas ...

Maria Manuela Aguiar disse...

Da segunda vez que estivemos nos EUA, eramos três: ela,a Bia e eu. Estivemos em Newark (eu com o grupo do CCP) e depois em NY, num hotel enorme, muito perto da casa do Tio Zé. Era inverno, perto do Natal. Lembrámo-nos constantemete dele, da alegria com que sempre recebia a família. Da irreverñcia dos seus ditos, da juventude de espírito, que conservava aos 80 anos. Perto do Hotel havia uma loja de internet. Eu, na altura, não era cliente, mas ia com elas. Era óptimo para tomar o pequeno almoço...

Maria Manuela Aguiar disse...

Na nossa viagem ao Canadá, o esquema foi parecido com o da iª ida a NY. Isto é: eu andei em
trabalho, deixando a Manela com os meus primos Amélia e António, em Toronto. Quando estacionei na cidade, ficámos num hotel muito imponente, o King Edward. O quarto era enorme, parecia um salão de dança. Eu, por acaso, até não gosto de suites, prefiro a "dimensão humana", do quotidiano. Mas foi o que calhou, nas buscas do Sr. Martinho sobre "promoções", muito frequentes na América do Norte. Logo no 1º dia, ela desapareceu! Com o "jet lag", não conseguia dormir e tinha ido visitar a cidade, às 7h. da manhã. Apanhei um susto! Relativo, porque se há pessoa que se orienta rapidamente,é ela. Chega a ser irritante! Discutia comigo,e eu dizia: "Estás enganada, eu conheço isto bem. Venho aqui há anos" .Era exacto. O pior é que quem tinha sempre razão era ela... Também fez grande sucesso com os meus primos. Incluindo o Tó Mané, que fomos visitar a Burligton.

Maria Manuela Aguiar disse...

Os tempos mudaram e eu mudei ainda mais depressa... As minhas afilhadas, de quando eu era ainda jovem, iam comigo ao cinema, muitas vezes. A mais recente, a Tété, já vai nos quase 13 anos e nunca foi. Inclusive, porque ela nâo quer. Também não está habituada a isso. Mas, pelo menos no que respeita ao futebol, convidei-a várias vezes, e ela sempre declinou. Vai o irmâo, é claro. Bom, voltemos ao passado! Normalmente os meus convites corriam bem. Víamos o filme que queríamos ver. Mas, uma vez,levei a Manela a um cinema, onde a lotação estava esgotada. Consultei a lista e os horários. Havia um, que não parecia impróprio para menores de 14 ou 15 anos, no Batalha. O pior é que era, do meu ponto de vista. Mas ela tranquilizou-me: "Já vi pior na televisão". Que alívio! Uns anos antes, aconteceu coisa parecida, em Lisboa. Nessa altura quem tinha uns 15 anos era a Lélé - e a Nónó pouco mais. Fomos com a Tia Lola, ao Saldanha, ver "Dona Flor e seus dois maridos". A Nó estava do outro lado da Tia Lola, e não foi importunada. Eu passei o tempo a tentar "bloquear" a visão da Lé, quando considerava a cena demasiado ousada. A TV era, ainda, a do velho regime...