segunda-feira, 14 de setembro de 2009

W126 - Os NOSSOS AMIGOS RAZZINI

Maria do Carmo Fuzeta Cativo Razzini, Salvatore Razzini, João Carlos Razzini, amigos que se tornaram parte da família.
Os vizinhos do Porto. do nº119 da Rua Latino Coelho, para onde fomos morar em 1958. Eles no rés-do-chão esquerdo, nós no direito.
Bem tentou a Mãe manter-nos à margem do convívio com os outros habitantes do prédio - acabámos, a Lecas e eu, (e depois, até também os nosso relutantes Pais) de nos relacionarmos bem  com todos... Será didícil encontrar, em qualquer tempo ou lugar, um coletivo de vizinhos mais tranquilos e simpáticos.
Mas amizade, amizade, para sempre,como se laços de sangue houvesse, para além do perfeito entendimento, só mesmo com os Razzini.A  convivialidade iria estender-se ao resto da família - àquela com a qual estávamos em constante contacto - a  Avó Maria, a Tia Rosaura,a Tia Lena eo  Tio David, o Mário e Meira, o Tónio e Xaninha, os meninos de ambos os casais.
Uma algarvia, um seciliano, e o filho, então com sete ou oito anos.Tinha eu dezasseis, a Lecas menos um, os Pais andavam ainda na casa dos trinta. Os Razzini eram alguns anos mais novos.
As senhoras, simplesmente donas de casa. O que não significa, no caso de ambas, dóceis e submissas esposas. Bem pelo contrário...
A Maria do Carmo era senhora de muitos talentos: para a pintura, para a (alta!) costura, moda, para todas as artes domésticas (cozinha, decoração de casa) e até para a política (seria, muitos anos depois, presidente da Junta de Freguesia de Olhão, no pós revoluçºdo 25 de Abril)... Não estão a ver a célebre Maria Antónia a rivalizar nessas artes, excepto no que respeita ao gosto pela moda...
O vizinho, era sócio das padarias que começavam a comercializar or "gressinos". O Pai, fora um milionário, com empresas de pesca em Olhão -  das quais foi espoliado pelo Estado, durante a grande guerra,  ludibriado nas indemnizações arbitradas pelos tribunais (pagaram-lhe, em moeda antiga, logo, uma ridicularia... ). O filho lançou-se noutros negócios, de menor dimensão. Era mais algarvio do que italiano. Veio muito novo, com o Pai,  integrou-se, perdeu a ligação à Itália, mas nunca perdeu o sotaque! Falava um português perfeito , com bonito sotaque
Era encantador, sempre bem disposto e pronto a receber os amigos em festa. 



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6 comentários:

António Aguiar disse...

A mãe sempre me lembra que, um dia, quando era mais novo, um pouco gordinho e baixo, a Sra. Maria do Carmo disse: este rapaz será um grande e bonito homem! E de facto estou melhor em todos os aspectos e todos os dias trabalho para ser uma pessoa melhor!
Um bem-haja e um muito obrigado para esta eterna amiga!

Anónimo disse...

maria teresa aguiar botelho
disse...
São raras as memórias que tenho da Sr. D. Maria do Carmo, pois ainda era muito pequena quando a conheci,por isso não posso contar ninhuma história, porque não me lembro, mas posso dizer com toda a certeza que era uma senhora muito simpática e pelo que contam era muito divertida.
Beijinhos Tété

Anónimo disse...

Maria Manuela Aguiar disse...
Era simpática, era divertida, era talentosa em muitos, muitos domínios, e era, como se vê pelas fotografias, uma jovem lindíssima!
Ainda assim era quando aconhecemos no Porto.
Agora imaginem a ciumentíssima Mª Antónia a conviver com a deslumbrante loira do andar ao lado...
Até chegar, muito rapidamente, à conclusão de que a vizinha era ainda mais séria e recatada do que bonita!
Confiança absoluta!
Mas o mérito de estabelecer o relacionamento ficou a dever-se às meninas, que desobedeceram à ordem materna de não falar com ninguém do prédio.

Maria Manuela Aguiar disse...

A Maria do Carmo era senhora de opiniões firmes e não cedia um milímetro!
Tinhamos frequentes discussões, em que cada uma ficava "na sua" (opinião).
Muito amigas, mas nem sempre de acordo.
Sempre de acordo estava a Lecas e, também, a Mãe, que era influenciável por esta amiga, embora o não fosse por mais ninguém.
Ora uma dessas opiniões seguras, e, como muitas outras, perfeitamente profética foi essa afirmação sobre a transformação do António, rapazinho baixo e gordo, num belo homem.
Parece que estou a ouvi-la:
"Vocês vão ver! Ele vai ser um homem muito interessante. Interessante e bonito!"
Acertou!
Não sabia é que o António sabia desta história.
O que descobrimos num blogue...

Anónimo disse...

NÓNÓ disse:
Lembro-me da Tia Maria do Carmo desde sempre. Enquanto os Tios viveram em Latino Coelho, nós eramos visitas frequentes aos fins-de-semana. O meu avô Serafim gostava muito desta familia e o meu pai, nem se fala, a Tia Giginha era a sua tia preferida, que me desculpem as outras, mas era verdade. Pois foi em casa da Tia Giginha que conhecemos a Tia Maria do Carmo. Uma mulher lindissima, muito interessante e uma grande conversadora. E mais, gostava de crianças. Em latino Coelho, muitas vezes ficavamos lá enquanto os adeptos do FCP iam ao futebol. Nós, as crianças, Tia Giginha, Tia Maria do Carmo e Tia Rosaura e a minha mãe lá passavamos a tarde na conversa, e à mesa, claro!
A Tia Maria do Carmo, como ela queria que lhe chamassemos, prendia-nos a atenção pela sua beleza e maneira de falar, algarvia, à qual achavamos muita graça.
Vamos sempre lembrar esta senhora.
Teresinha

Anónimo disse...

Nónó disse:
A propósito de crianças, a Sra. D. Maria do Carmo, como já disse, tinha muito paciência. Lembro-me, já em Espinho, o Tózinho teria uns 7 ou 8 anos, e tinha que declamar um texto para a escola, "trabalho" que ele detestava, e a Sra. D. Maria do Carmo, para além de o ter ajudado a decorar e declamar o referido texto, fê-lo de tal maneira, que o Tózinho libertou uma veia que desconhecia e estava radiante com o seu feito.
Bjs.
Teresinha